quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

O arsênio como herança

Quadrilátero Ferrífero ainda sofre contaminação causada por 300 anos de mineração

O arsênio como herança - ISABEL GARDENAL - bel@unicamp.br
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/jornalPDF/198-pag10.pdf

Uma pesquisa realizada pelo engenheiro geólogo Ricardo Perobelli Borba revelou sinais de contaminação por arsênio no solo e na água utilizada por moradores do Quadril átero Ferrífero, que abrange as cidades de Ouro Preto, Santa Bárbara, Nova Lima e outras cidades históricas, em Minas Gerais. O arsênio está entre os metais mais nocivos à saúde humana, como o mercúrio, o chumbo e o cádmio. Em concentrações elevadas (acima de 10 microgramas por litro de água potável, segundo a Organização Mundial de Saúde), pode provocar vários tipos de cânceres, como o de pele, pâncreas e pulmão, além de abalos ao sistema nervoso, malforma ção neurológica e abortos.
O arsênio pode ser liberado na natureza através de causas naturais, como o contato da água de
rios e nascentes com rochas que apresentam elevada concentração do metal. No caso do Quadrilátero Ferrífero, porém, a contaminação, segundo o estudo, estaria relacionada à intensa mineração de ouro, explorada nos últimos 300 anos. “A região já apresenta naturalmente uma alta concentração de arsênio, mas a mineração secular contribuiu para que a situação de contaminação ambiental ficasse hoje muito grave”, diz o professor Bernardino Ribeiro
de Figueiredo, que orientou a tese de doutorado do pesquisador, intitulada “Arsênio em ambiente
superficial: processos geoquímicos naturais e antropogênicos em uma área de mineração aurífera”, defendida no Instituto de Geociências da Unicamp.

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