terça-feira, 30 de agosto de 2011

Kinross devasta Paracatu, mas existe experança, onde não falta coragem


Kinross devasta Paracatu, mas existe experança, onde não falta coragem

Marcos Spagnuolo Souza

No ano de 2005, quando fizeram o “Seminário Municipal de Desenvolvimento Sustentável de Paracatu” a mineradora não representava o principal problema para a comunidade. As prioridades estavam relacionadas diretamente com a pecuária e agricultura que exigiam medidas de recuperação e conservação dos ecossistemas. Não resta dúvida que a mineração foi motivo de preocupação, mas os seus visíveis malefícios foram ocultados, como que pa ra poupar a mineradora e garantir suas vantagens econômicas.

A devastação e o genocídio nutridos pela mineradora Kinross Gold Corporation se agravaram a partir do momento em que iniciou o seu projeto de expansão. No ano de 2008 foi consolidado o projeto elevando a capacidade de produção da mina de ouro de cinco para quinze toneladas anuais de ouro, o triplo de sua produção anterior. O volume de minério lavrado passa de 17,2 milhões de toneladas por ano para uma capacidade de 61 milhões de toneladas ao ano. O projeto amplia também em mais de trinta anos o tempo de vida útil da mina, ao mesmo tempo em que reduz drasticamente a quantidade e a qualidade de vida dos habitantes de Paracatu e regioes vizinhas, agora e por séculos por vir.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

MORTE E VIDA MINERÁRIA


MORTE E VIDA MINERÁRIA

Serrano Neves

Morte e Vida Severina, texto de João Cabral de Melo Neto, foi composto em música por Chico Buarque.

Tomo dos autores, por ser pública a causa, a liberdade de interpretar do ponto de vista do envenenamento crônico por arsênio em Paracatu-MG

Esta cova em que estás, com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho, nem largo, nem fundo
É "o ouro" que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É "o ouro" que querias ver dividido
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo, te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas "ao ouro dado" nao se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É "o ouro" que te cabe deste "ourofúndio"
(É "o ouro" que querias ver dividido)
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas "ao ouro dado" nao se abre a boca