quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Paracatu: o “rio bom”

Paracatu: o conflito entre o “Rio Bom” e a mineração

Keila Valente de Sa
Francisco Rego Chaves Fernandes
Renata de Carvalho Jimenez Alamino

CENTRO DE TECNOLOGIA MINERAL
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
GOVERNO FEDERAL

Devido ao porte da mineração de zinco e, principalmente, da mina de ouro, Paracatu foi escolhido para a realização de um estudo de caso que teve como objetivo analisar a relação da atividade de mineração com o município.

LEIA A ÍNTEGRA AQUI

sábado, 17 de dezembro de 2011

Poluição de usinas de carvão afeta águas subterrâneas nos EUA, diz ONG

15 / 12 / 2011 Poluição de usinas de carvão afeta águas subterrâneas nos EUA, diz ONG [clipping]


Relatório publicado nesta terça-feira (13) por uma organização ambiental dos Estados Unidos afirma que o lençol freático localizado próximo a usinas de carvão instaladas em 19 diferentes regiões do país estão contaminados com arsênico e outros produtos tóxicos.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

RESPIRE MAIS FUNDO

Brasil investirá US$ 2,4

bilhões em 4 anos para

extrair ouro
20 de novembro de 2011 • 12h11

atualizado 12h22

LEIA NO LINK POIS OS DIREITOS DE 
REPRODUÇÃO SÃO RESERVADOS
http://not.economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201111201411_EFE_80508062#tarticle

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Mineradora Kinross ignora direitos de comunidades quilombolas afetadas pelo empresa


Mineradora Kinross ignora direitos de comunidades quilombolas afetadas pelo empresa
 MPF/MG quer impedir votação da licença de projeto minerário em Paracatu
26/10/2011

Mineradora Kinross ignora direitos de comunidades quilombolas afetadas pelo empreendimento 

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação cautelar para que a Justiça Federal em Paracatu (MG) suspenda a votação que o Conselho de Política Ambiental (COPAM) irá realizar para concessão da licença de operação (LO) de uma barragem de rejeitos do projeto de expansão minerária da empresa Kinross Brasil Mineração S/A. O objetivo do MPF é assegurar que a empresa cumpra todas as condicionantes socioambientais relativas a três comunidades quilombolas residentes no local do empreendimento.

domingo, 23 de outubro de 2011

Parece não haver outra esperança que não sejam o espírito solidário e a mobilização popular


Parece não haver outra esperança que não sejam o espírito solidário e a mobilização popular

14/10/2011

Ruben Siqueira*
  
Pode-se resumir nesta ideia a consciência coletiva explicitada por cerca de 2500 pessoas de Campo Alegre de Lourdes, norte da Bahia – 10% da população do município – ao caminharem dois quilômetros em Romaria de protesto contra a mineração. Sob a poeira e o sol do meio-dia, em meio à caatinga seca de setembro, foram até quase o sopé do morro Tuiuiu. Cartão-postal do município, o morro tem minérios valiosos como titânio e vanádio. Pelas pesquisas, 82% do território do município estão sob alvo de mineradoras. O povo, assustado, não assiste acuado.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Desastre ambiental se formando em Paracatu (MG)


Jean Marconi de O. Carvalho ..........@gmail.com
enviou para pmsneves@gmail.com
mostrar detalhes 09:42 (46 minutos atrás)
Veja só o desastre ambiental anunciado em Paracatu (MG), provocado pela mineração, através de imagens do Google Mapas:


Pra quem quiser ver mais, clique aqui:



E aí, você acha isso normal???

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

El arsénico liberado por la megaminería – Parte 1


MIÉRCOLES 12 DE OCTUBRE DE 2011 08:50
http://www.noalamina.org/mineria-esquel/informacion-basica-esquel/blog

El presente trabajo, no exento de cierta aridez técnica, tiene por finalidad primera y última proporcionar información a la comunidad y a los interesados en la problemática minera en general sobre un aspecto estrechamente vinculado con el Drenaje Ácido de Roca que podría tener en el tiempo serías implicancias para el consumo de agua potable. Este informe da cuenta de los peligros que puede entrañar la potencial liberación de arsénico en el ambiente como producto de la actividad minera.

INFORME SOBRE ARSÉNICO
Por Francisco Carabelli*

El autor del informe desea señalar expresamente que no es un especialista en el tema, ni siguiera desde su formación universitaria- por ello y a pesar que se ha realizado un exhaustivo chequeo de toda la bibliografía citada y del contenido del Informe, es muy probable que se haya incurrido en algunas imprecisiones. La preparación de este trabajo surgió como inquietud personal debido a un comentario sobre el arsénico vinculado al emprendimiento minero que el Dr. Flavio Romano formuló en la conferencia que brindara el médico toxicólogo Javier Waksman en la ciudad de Esquel. A pesar de su (muy probable) aridez técnica, la finalidad primera y última del Informe es proporcionar información a la comunidad sobre un aspecto estrechamente vinculado con el Drenaje Ácido de Roca que podría tener en el tiempo serías implicancias para el consumo de agua potable.

El arsénico liberado por la megaminería – Parte 2


MIÉRCOLES 12 DE OCTUBRE DE 2011 08:50
http://www.noalamina.org/mineria-esquel/informacion-basica-esquel/blog

ARSÉNICO EN SUELO

En el estudio sobre Calidad de Suelos de IIA (Tomo I, Ítem 3.6.5, pág 102) se señala que se encontró arsénico en todos los puntos –veinte- donde se realizaron muestras. El contenido hallado fue en todos los casos inferior a 0,04mg/l. Esta concentración, aunque no resulta "a priori" elevada –lamentablemente no se dan a conocer los valores precisos por debajo de esa concentración "de referencia"-, pone sin embargo de manifiesto que los suelos en el sector de emprendimiento contienen naturalmente arsénico. Esto se pone explícitamente de manifiesto en el estudio, cuando en el mismo Ítem se menciona:

El arsénico liberado por la megaminería – Parte 3


MIÉRCOLES 12 DE OCTUBRE DE 2011 08:50
http://www.noalamina.org/mineria-esquel/informacion-basica-esquel/blog

CONTAMINACIÓN CON ARSÉNICO VINCULADA A LA ACTIVIDAD MINERA PARA EXTRACCIÓN DE ORO: ALGUNOS EJEMPLOS
Se han encontrado concentraciones de arsénico muy superiores a los valores de base en sedimentos y suelos contaminados por los productos de la actividad minera, incluyendo residuos de mina y efluentes. Las concentraciones en escombreras y suelos contaminados por residuos pueden alcanzar varios miles de mg/kg (Azcue y Nriagu, 1995)- Las concentraciones reflejan no solamente un incremento en la abundancia de minerales primarios de sulfito ricos en arsénico sino también de arseniatos y óxidos de hierro secundarios formados como producto de reacción de los minerales originales en la zona de extracción.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Bonasso revela a trama do "mal" que liga ao Governo com a Barrick Gold


Bonasso revela a trama do "mal" que liga ao Governo com a Barrick Gold

[traduzido do espanhol com MICROPOWER DELTA TRANSLATOR]

O jornalista e deputado publicou O mal, um livro sobre as relações do kirchnerismo com a questionada mineira canadense. Os enganos do Néstor. Fotos.

Ver Comentários (50)

06.10.2011 | 19:25

Bonasso investigou a fundo o papel da Barrick Gold. | Foto: Cedoc

"Aqui há uma corrupção estrutural. De Visto disse muito orgulhoso que o custo de produção da Argentina é um dos mais baixos do mundo. Significa que o valor dos salários e dos impostos é muito baixo e que as lucros são altas em um mercado no qual o ouro esteve à subida até faz uns poucos dias", assegura entrevistado por Revista Notícias o deputado Miguel Bonasso.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Saem LI, LP e LO, entra Licença Social


Foi a sugestão de um consultor internacional no congresso do IBRAM. Será que o setor de mineração do Brasil adotaria essa nova prática? Mesmo se possível, como se faria dentro da realidade que conhecemos muito bem?


Negócios S.A.
Saem LI, LP e LO, entra Licença Social
Nairo Alméri


O painel "Sustentabilidade", apresentado na plenária de encerramento do 14º Congresso Brasileiro de Mineração, do Ibram, ontem, em Belo Horizonte, colocou as ideias de fora do país, com propostas de mudanças conflitantes com as práticas de mineradoras brasileiras. A sessão, dentro da mesma plenária - "Tendências internacionais de política mineral" -, na qual se apresentou a presidente da Anglo American PLC no Canadá, Cynthia Carroll, o principal conferencista, o professor e consultor em desenvolvimento sustentável em mineração Luke Jeffries Danielson, diretor do Sustainable Development Strategies (SDSG), do Colorado (EUA), traçou a linha de confronto.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Poluição do ar mata gente nas cidades

28 de setembro de 2011

Poluição do ar mata gente nas cidades

Geneva – os habitantes das cidades que crescem rapidamente no Iran, Índia e Paquistão são especialmente ameaçados de morte pela poluição do ar. Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), do mundo todo são essas as cidades que apresentam as piores cargas de poeira fina que se depositam nas vias aéreas. O ar mais limpo – também devido à baixa densidade populacional e condições favoráveis de vento
– está nas cidades do Canadá e Estados Unidos. Essas informações estão contidas na estatística sobre poluição do ar publicada em Geneva essa segunda-feira.

As partículas finas em suspensão no ar aumentam o risco de doenças agudas e crônicas das vias aéreas – como inflamações dos pulmões ou câncer de pulmão – e também os problemas cardiovasculares, informa a
OMS. Ao todo foram escolhidos dados de 110 cidades em 91 países, alguns são dados antigos. A poluição do ar medida foi aquela causada principalmente pelas partículas finas com dez micrômetros de diâmetro
(PM10) ou menos.

Segundo as estimativas da OMS, morrem anualmente mais de dois milhões de pessoas vítimas das consequencias da poluição do ar. Em 2008, ano-base da maioria das estatísticas publicadas, 1,3 milhões de mortes foram causadas pela poluição do ar nas cidades. Se as rigorosas regras da OMS para poluição do ar tivessem sido empregadas, quase 1,1 milhões de mortes teriam sido evitadas, escreve a Organisação.

Em Paracatu o ar é um dos mais poluídos do mundo. O ar dessa cidade de 85 mil habitantes a apenas 200 km da capital do Brasil está carregado de poeira tóxica lançada 24 horas por dia pela mineradora canadense Kinross Gold Corporation. A poeira de Paracatu contém o veneno arsênio que causa câncer, hipertensão, doença renal e diabetes, entre outras doenças.


Há muitos anos a OMS publicou as diretrizes para poluição do ar em cidades, que entretanto raramente são respeitadas. A recomendação situa-se no máximo de 20 partículas por metro cúbico na média anual. Em muitas cidades a concentração encontra-se em mais de 300 partículas. A composição química das partículas também influencia o valor recomendado. Assim, não existe dose segura para uma substância
cancerígena como o arsênio. Nesses casos, o valor recomendado por médicos e especialistas é próximo de zero partículas por metro cúbico de ar.

Os principais causadores da poluição do ar nas cidades são o tráfego urbano, as instalações industriais, a queima de biomassa e carvão para cozinhar e aquecer, e as usinas termoelétricas a carvão mineral.


--
Dr.med. D.Sc. Sergio U. Dani
Heidelberg, Germany
Tel. +49 15-226-453-423
srgdani@gmail.com

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Universidade de Verão: energias para o futuro

Universidade de Verão: energias para o futuro
 Por Sergio U. Dani, de Birkenfeld, Alemanha, em 15 de Setembro de 2011.

 As perspectivas de suprimento de energia após Fukushima foram o tema central da primeira Universidade de Verão teuto-francesa e européia em direito energético e ambiental, relizada no Campus Ecológico (Umweltcampus) de Birkenfeld, Alemanha, entre 13 e 15 de setembro.

 A Universidade de Verão representa uma atividade conjunta da Escola Técnica Superior de Trier (Fachhochschule Trier) representada pelo Prof. Dr. Tilman Cosack, e da Universidade de Paris-Ouest, liderada pelo Prof. Dr.Dr.h.c. Otmar Seul.

O encontro reuniu especialistas e estudantes oriundos de diversos países incluindo Alemanha, França, Brasil, Índia e Líbano. O programa científico incluiu conferências, debates e excursões guiadas ao campus de Birkenfeld, à usina central térmica à biomassa da OIE e ao complexo energético de Morbach/Hunsrück, onde são desenvolvidas as energias renováveis de origem solar, eólica e biodigestão.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Kinross devasta Paracatu, mas existe experança, onde não falta coragem


Kinross devasta Paracatu, mas existe experança, onde não falta coragem

Marcos Spagnuolo Souza

No ano de 2005, quando fizeram o “Seminário Municipal de Desenvolvimento Sustentável de Paracatu” a mineradora não representava o principal problema para a comunidade. As prioridades estavam relacionadas diretamente com a pecuária e agricultura que exigiam medidas de recuperação e conservação dos ecossistemas. Não resta dúvida que a mineração foi motivo de preocupação, mas os seus visíveis malefícios foram ocultados, como que pa ra poupar a mineradora e garantir suas vantagens econômicas.

A devastação e o genocídio nutridos pela mineradora Kinross Gold Corporation se agravaram a partir do momento em que iniciou o seu projeto de expansão. No ano de 2008 foi consolidado o projeto elevando a capacidade de produção da mina de ouro de cinco para quinze toneladas anuais de ouro, o triplo de sua produção anterior. O volume de minério lavrado passa de 17,2 milhões de toneladas por ano para uma capacidade de 61 milhões de toneladas ao ano. O projeto amplia também em mais de trinta anos o tempo de vida útil da mina, ao mesmo tempo em que reduz drasticamente a quantidade e a qualidade de vida dos habitantes de Paracatu e regioes vizinhas, agora e por séculos por vir.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

MORTE E VIDA MINERÁRIA


MORTE E VIDA MINERÁRIA

Serrano Neves

Morte e Vida Severina, texto de João Cabral de Melo Neto, foi composto em música por Chico Buarque.

Tomo dos autores, por ser pública a causa, a liberdade de interpretar do ponto de vista do envenenamento crônico por arsênio em Paracatu-MG

Esta cova em que estás, com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho, nem largo, nem fundo
É "o ouro" que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É "o ouro" que querias ver dividido
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo, te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas "ao ouro dado" nao se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É "o ouro" que te cabe deste "ourofúndio"
(É "o ouro" que querias ver dividido)
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas "ao ouro dado" nao se abre a boca

segunda-feira, 18 de julho de 2011

PROCLAMAÇÃO DE GENOCÍDIO

O caso da mineração em Paracatu tem sido tratado por nós como genocídio.

Deveras, não é um dano difuso nem um ato da natureza como os ventos que espalham as cinzas do vulcão do Chile dificultando o tráfego aéreo em distantes locais do planeta.

Em Paracatu a mineração é feita "nas beiradas" da cidade, ou seja, a poeira é diretamente lançada sobre o espaço urbano.

Não discutimos se os teores de arsênio na poeira estão dentro da lei, discutimos se o teor presente é capaz de causar dano à saúde e mortes, a longo prazo, pois a lei não pode autorizar a doença e a morte.

O cigarro é algo que está dentro da lei, as fábricas são autorizadas, recolhem impostos e cumprem suas obrigações trabalhistas, mas o governo obriga que escrevam na embalagem que O CIGARRO CAUSA CÂNCER.

Toda polêmica que se instalou em relação à mineração de ouro em Paracatu tem como objetivo esclarecer que, dentre outras doenças O ARSÊNIO CAUSA CÂNCER.

Mas a poeira não traz impresso que O ARSÊNIO CAUSA CÂNCER.

Mais ou menos a mesma coisa: o câncer não é causado pelo cigarro que você está fumando agora, é causado por fumar repetidamente, diariamente, durante algum tempo.

Agora, imagine você "fumando" arsênio 24 horas por dia, 365 dias por ano.

Tem mais gente falando em genocídio.

[EcoDebate] Finalmente alguém no poder é honesto em suas declarações. Quando Curt Trennepohl, presidente do IBAMA, disse a jornalista australiana que seu trabalho “não é cuidar do meio ambiente, mas minimizar os impactos” e que o Brasil vai fazer “com os índios o que os australianos fizeram com os aborígenes” (F.S.P 15/07/11), foi de uma honestidade rara e cruel. A declaração é um horror, uma proclamação de genocídio.
A cruel honestidade do Presidente do IBAMA, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)
Publicado em julho 18, 2011 por HC
http://www.ecodebate.com.br/2011/07/18/a-cruel-honestidade-do-presidente-do-ibama-artigo-de-roberto-malvezzi-gogo/

terça-feira, 12 de julho de 2011

COISAS QUE NÃO MUDARAM COM O TEMPO

COISAS QUE NÃO MUDARAM COM O TEMPO

O Brasil, em 1837, já tinha um lei de vacinação de crianças contra a varíola (uma doença infectocontagiosa que começa como se fosse uma gripe, evolui para dores no corpo, nauseas e manchas na pele, e termina por cobrir a pele com bolhas de pús).

A varíola atualmente é praticamente desconhecida pelas pessoas pois foi considerada erradicada em 1980.

A lei brasileira de 1837 foi uma das famosas leis que nunca "pegou", e as epidemias recorrentes levaram a que Oswaldo Cruz, em 1904, no Rio de Janeiro, propusesse uma lei de vacinação obrigatória.

Por 67 anos a varíola matou impunemente, mas o interessante é que a lei de 1904 causou revolta na população devido a ser muito rígida e severa, e foi criada uma associação (ONG) contra a vacina obrigatória e surgiu a "teoria conspiratória", que evidentemente não tinha o apoio da internet, mas levava as pessoas a acreditarem que a vacina seria aplicada nas partes íntimas e as pessoas tinham que ficar peladas para se vacinarem.

A população do Rio de Janeiro só se rendeu em 1906 por força de uma violenta epidemia, com milhares de mortes.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Governo espanhol ocultou durante sete anos estudo sobre arsênico e metais pesados em peixes

Governo espanhol ocultou durante sete anos estudo sobre arsênico e metais pesados em peixes

O título é do texto publicado no ECODEBATE, edição de 4 de julho de 2011, onde pode ser lido na íntegra.
http://www.ecodebate.com.br/2011/07/04/governo-espanhol-ocultou-durante-sete-anos-estudo-sobre-arsenico-e-metais-pesados-em-peixes/

Destaco do texto o temor do governo espanhol quanto ao impacto negativo da divulgação da contaminação no setor pesqueiro, qual seja, em letras simples: a economia precisa ser conservada, a saúde do povo não.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pode começar a chorar.

Pode começar a chorar.

Sergio Ulhoa Dani, de Heidelberg, Alemanha, 25 de junho de 2011.

Alegre e brincalhão, mas crítico, disciplinado, persistente, pontual e confiável. Falo de Mário Nunes Alves, o ´Marim Preto` que nos deixou dia 19 de junho, pela primeira e derradeira vez. Marim Preto conduziu-me durante mais de 30 anos em Paracatu. Com ele não tinha hora ou tempo ruins, nem barro nem poeira. Não me lembro de ter chegado atrasado alguma vez, não me lembro de não ter ouvido alguma tirada crítica, inteligente ou bem humorada do Marim antes, durante ou depois da viagem. Uma piada que costumava fazer, quando me buscava na roça era dizer para quem ficava, na hora da despedida: ´- Agora pode começar a chorar`. E depois ria, para ninguém chorar. Café ele negava com educação: ´- Eu já sou preto bastante`. E ria, para não ter que tomar o café e perder o horário. Marim Preto viu nascer Brasília e ajudou a construí-la. Fazia fretes numa época em que uma viagem de Brasília ao Rio de Janeiro podia durar uma semana. Conduziu desde materiais de construção até alimento e gente de todo tipo, origem e nacionalidade. Empreendedor, construiu patrimônios materiais e imateriais que são o seu legado. Deixa esposa, filhos, clientes e amigos. Presto aqui uma singela homenagem ao nosso condutor, esteja onde estiver.

--
Sergio U. Dani, Dr.med., D.Sc.
Heidelberg, Germany
Tel. +49 15-226-453-423
srgdani@gmail.com

segunda-feira, 6 de junho de 2011

De Paracatu à Pascua Lama

De Paracatu à Pascua Lama : a falência do direito em proteger os seres humanos da morte pela expansão econômica incontrolável ?
Laure Terrier (*)

(*) Ecole Doctorale de Sciences Juridiques et Politiques, Université Paris-Ouest Nanterre La Défense, Paris, França.


Resumo : Os casos de Paracatu e Pascua Lama refletem uma realidade latino-americana, que finalmente é idêntica em qualquer região do mundo onde empresas transnacionais exploram os recursos naturais. O peso considerável dos lobbies coloca o direito num segundo plano; os tribunais reconhecem prontamente a admissibilidade legal de argumentos econômicos e financeiros, colocando os seres humanos no centro de um desenvolvimento econômico incontrolável que os condena à morte.

sábado, 14 de maio de 2011

ROMPIMENTO DE REPRESA DE MINERAÇÃO AMEAÇA POPULAÇÃO

La rotura de un dique minero amenaza con derramar cianuro
http://www.noalamina.org/mineria-mundo/blog

Mundo - Europa
MIÉRCOLES 11 DE MAYO DE 2011 11:46
La balsa acumula un volumen 30 veces mayor al del desastre de Doñana. La ciudad Kütahya en Turquía Occidental alberga junto a sus minas de plata una presa con los residuos de la actividad minera: 15 millones de metros cúbicos de agua con cianuro.

Fuente: diario El Mundo

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Conselho Nacional admite causa de envenenamento em Paracatu

Conselho Nacional admite causa de envenenamento em Paracatu

Por Sergio Ulhoa Dani, de Heidelberg, Alemanha, 14 de abril de 2011

O Conselho Nacional de Defesa da Pessoa Humana (CDDPH) admitiu a causa de envenenamento crônico da população de Paracatu, município de 100 mil habitantes do noroeste de Minas Gerais, Brasil. Na decisão foi incluída a presença do DNPM-Departamento Nacional da Produção Mineral e outros órgãos licenciadores, e o Procurador de Justiça Criminal, Paulo Maurício Serrano Neves.

O envenenamento em Paracatu é causado pela liberação de arsênio pela atividade de mineração de ouro a céu aberto, nos limites urbanos, executada pela mineradora transnacional canadense, Kinross. A rocha minerada, arsenopirita, tem alto teor de arsênio e baixíssimo teor de ouro: uma parte de ouro para duas mil e quinhentas partes de arsênio puro que, traduzido em letalidade significa que cada grama de ouro extraída desagrega arsênio suficiente para matar 17.500 pessoas.

sábado, 26 de março de 2011

Na pátria da democracia, Kinross não pia.

Alta Corte da Grécia anulou licença de mineração e empresa perdeu 250 milhões de dólares de investimento.

Por Sergio Ulhoa Dani, de Heidelberg, Alemanha, 26 de março de 2010

Eike Batista foi acusado de usar informações privilegiadas através do cargo do pai na direção da Companhia Vale do Rio Doce, quando começou a negociar com minas de ouro. Em 1983, tinha uma mina de ouro mecanizada na Amazônia. No início dos anos 90, quando já possuía considerável quantidade de minas, a mineradora canadense Treasure Valley sediada em Toronto interessou-se pelo seu negócio, dando a Batista uma participação de 11% da empresa em troca das minas no Brasil. Batista tornou- se o principal acionista e presidente da empresa e o nome foi trocado para TVX.

... e o vento levou o arsênio.

The poison my friend is blowing in the wind

[mapa dos ventos ao final da postagem]

Vento pode levar o arsênio de Paracatu para as regiões mais ricas e densamente povoadas do Brasil

Por Sergio Ulhoa Dani, de Heidelberg, Alemanha, em 26 de março de 2011

A radiação do reator nuclear avariado de Fukushima, Japão, chegou à Europa ontem viajando milhares de quilômetros com o vento. Foi um acidente limitado no tempo e a quantidade de radiação não afeta a saúde dos europeus, informam os cientistas daqui. O arsênio liberado diariamente pela transnacional canadense genocida Kinross Gold na cidade de Paracatu, noroeste de Minas Gerais pode ser carregado pelo vento para as regiões mais ricas do Brasil, onde continuará sua saga genocida durante séculos ou milênios. Ao contrário da radiação acidental e passageira de Fukushima, a poluição de Paracatu é diária, persistente, autorizada e legalizada por governantes corruptos e técnicos ignorantes.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Câmara de Conciliação atua em Paracatu conhecer realidade de comunidades quilombolas prejudicadas

Extraído de: Advocacia-Geral da União - 2 horas atrás

A Advocacia-Geral da União instalou uma Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF) para solucionar controvérsia envolvendo a demarcação de territórios quilombolas, em Paracatu (MG). A área é explorada pela mineradora canadense Kinross Brasil Mineração S.A e está em processo de demarcação pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

segunda-feira, 21 de março de 2011

IMPACTOS AMBIENTAIS E DIREITOS HUMANOS

Comissão de Direitos Humanos e Minorias terá representação para discutir impacto de Belo Monte

Publicado em março 21, 2011 por HC
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias vai criar uma representação para reunir-se com diversas entidades da sociedade civil a fim de tomar conhecimento da situação das populações residentes nas áreas onde será instalada a usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
LEIA O TEXTO COMPLETO EM:

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ignorância, incompetência ou corrupção sistêmica?

Por Sergio Ulhoa Dani, de Heidelberg, Alemanha, 6 de março de 2011

Num país onde o certo é o errado, o errado também torna-se o certo. O punhado de pessoas que decidem como a população e as demais formas de vida devem viver e morrer no Brasil e em Minas Gerais decidiu que haveria cobrança pelo uso da água. Agora decidiu que a mineração, uma das atividades que mais consome e polui as águas, deve pagar menos pela água:

sexta-feira, 4 de março de 2011

Análise do Termo de Ajuste de Conduta MPMG/Kinross

Paracatu, 3 de março de 2011.

Márcio José dos Santos

Em primeiro lugar, quero deixar claro que estou convencido de que o Ministério Público de Minas Gerais, através de seus procuradores, procurou um acordo com a Mineradora Kinross que atendesse aos interesses da população atingida.

Porém, também quero deixar claro que discordo, em primeiro lugar, da maneira como esse acordo foi conduzido, sem a participação da sociedade paracatuense e especificamente das populações mais atingidas; não foi um processo aberto, mas centralizador e autoritário, que expressa a relação de poder que existe na sociedade brasileira.

Em segundo lugar, também discordo do conteúdo do acordo, pelo motivos que a seguir vou expor.

Medidas ambientais

No acordo, a empresa reafirma o compromisso legal de não realizar qualquer atividade de extração mineral, sem o devido processo de licenciamento ambiental, e atualizará continuamente o MPMG quanto à situação das reservas legais de todos os imóveis de sua propriedade.

A empresa também confirma sua obrigação de somente adquirir insumos minerais e vegetais de fornecedores licenciados, como já vinha fazendo, sendo que os materiais devem ser acompanhados de certificado de origem e da documentação necessária para comprovar que foram extraídos e comercializados em conformidade com a legislação ambiental.

Os tópicos acima nada acrescentam à realidade, pois, como eles mesmos afirmam, referem-se a determinações legais que não precisam de acordo para serem cumpridas, e ademais afirma que a empresa já as cumpre. Ou então, se o Ajuste de Conduta é necessário, é porque a empresa não as cumpre. Por outro lado, a lei é Magna, não depende de acordos para que se cumpra.

Medidas mitigadoras

A Kinross irá custear projeto de rede otimizada de monitoramento da qualidade do ar, inclusive das partículas inaláveis finas e grossas, com a disponibilização dos dados ao órgão ambiental, de forma on-line e em tempo real.

O acordo apresenta rede de monitoramento como 'medida mitigadora', quando o conceito de mitigação é outro. Monitoramento jamais pode ser classificado como medida mitigadora.

Medidas mitigadoras seriam diminuir a poeira fugitiva da mina, as detonações, o consumo de água; seria substituir a tecnologia com uso de cianeto por outra menos agressiva ao ambiente; seria não soterrar com lama tóxica o Córrego Machadinho; seria não lançar arsênio na barragem de rejeitos; medida mitigadora seria estocar, em local seguro e bem distante da zona urbana, o arsênio recuperado no beneficiamento; seria melhorar o gerenciamento dos lagos de drenagem ácida, pois eles são pessimamente gerenciados; seria também agir com transparência acerca dos riscos ao invés de escondê-los, envolvendo a comunidade no enfrentamento do risco etc... Isto seria mitigar!

Monitoramento é apenas uma ferramenta de controle de gestão; neste caso, o que vale monitorar se não há uma gestão integrada de risco? E, mesmo que houvesse, o que valeria monitorar apenas um parâmetro – a poeira fugitiva da mina? E os outros parâmetros, talvez ainda mais importantes, e que deveriam ser do conhecimento da comunidade paracatuense: os efluentes da usina de tratamento, a água e os sedimentos à jusante da barragem, a água dos poços do entorno, a infiltração da drenagem ácida na área da lavra, a saúde dos trabalhadores da mina e das pessoas do entorno da mina tendo em vista a possibilidade de contaminação...?

Por que o acordo MPMG/Kinross não se refere explicitamente ao problema do estoque de arsênio? A população continuará sem saber em que quantidade ele foi até agora gerado, que quantidade foi para a barragem, que quantidade foi estocada na mina, em que locais e como é estocado, quais as medidas de segurança em caso de acidente e, principalmente, qual o seu destino do arsênio no fechamento da mina. É isto que apavora a cidade!

Existem três formas de se posicionar frente a um problema: reconhecer o problema; negar o problema e desqualificar o problema. A Kinross já negou o problema do arsênio; não podendo continuar a negá-lo, passou a desqualificá-lo como risco. Essa desqualificação está bem à mostra neste TAC: um probleminha na poeira da mina, basta monitorá-la... Quando é que vamos reconhecer o problema do arsênio e tratá-lo como risco de alta periculosidade? Quando é que teremos uma gestão integrada de risco?

Além disso, foi ratificada a obrigação legal, prevista no licenciamento ambiental da empresa, de elaboração de um detalhado Projeto de Recuperação de Área Degradada (Prad), de um Plano de Fechamento da Mina (Pafen) e de desativação das barragens, integrados com um projeto de reabilitação das áreas mineradas e impactadas. A reabilitação ambiental deverá ser executada ao longo da vida do empreendimento, de forma a garantir à área impactada uma condição estável, produtiva e autossustentável, com foco no uso futuro.

Passaram-se 23 anos desde que se iniciou o empreendimento da Kinross. Teremos mais 27 anos de atividade, aproximadamente, até que se esgotem as reservas. Portanto, numa história que começou em 1987, estamos quase na metade da vida total do empreendimento. A história desses 23 anos estabelece o prognóstico que teremos para o restante dos anos. A reabilitação ambiental não foi executada ao longo da vida do empreendimento conforme a obrigação legal ratificada pela empresa. Ela está ratificando fazer uma coisa que nunca fez. Precisamos de respostas honestas para as seguintes questões:

1. O que aconteceu com os impactos ambientais ao longo desses anos? A área impactada ficou em condição estável?
2. Como se pode falar em condição estável da área impactada se bilhões de toneladas de minério ainda serão retiradas e processadas?
3. O empreendimento da Kinross pode garantir que a área impactada seja produtiva e autossustentável, com foco no futuro?

Isto soa aos nossos ouvidos como a repetição da falácia do “desenvolvimento sustentável”, que não passa de um jargão para disfarçar uma política agressiva ao ambiente.
Para assegurar a recuperação da área, a Kinross apresentará uma garantia financeira, por meio de aportes anuais (em depósito, aplicação bancária ou carta de crédito), no valor de 01 (um) milhão de reais cada, durante todo o período de exploração mineral.

A primeira observação é que a empresa deveria ter feito os aportes financeiros para a recuperação da área ao longo de todo o empreendimento. Observe-se que o empreendimento previa uma vida útil da mina de 15 anos, implicando-se que a mina já estaria desativada. O Plano de Expansão ampliou a vida útil da mina em 30 anos. Pergunta-se:

1. De 1987 até hoje, qual foi o aporte financeiro da empresa para garantir a recuperação da área degradada, uma vez que esse aporte não é feito ao final, mas ao longo da vida da mina?
Obrigando-se a empresa a fazer um aporte financeiro de 1 milhão de reais por ano, teremos, daqui a 27 anos, 27 milhões de reais. Então:
2. A promotoria considera este valor adequado para a recuperação da área degradada, tendo em conta que o volume de minério a ser extraído será muitas vezes superior ao que foi retirado até agora? Que uma enorme cava, muitas vezes superior à que vemos agora ainda será aprofundada?
3. Levou em conta que recuperação da degradação ambiental não implica em recuperar apenas a área lavrada e os depósitos de rejeito, onde temos destruição de vegetação, destruição e contaminação de nascentes de água, soterramento de vales, mas principalmente os recursos sócio-ambientais do entorno da mina?

O acordo também solidifica a adoção de várias medidas já tomadas pela Kinross para garantir a integridade da barragem de rejeitos, inclusive com a apresentação de um Plano de Ações Emergenciais (PAE), mapas de inundação, ações preventivas, protocolos a serem seguidos em caso de acidente, obras de emergência, sistemas de comunicação, acesso aos locais, estoques de materiais e suprimentos, definição de grupos de trabalho e de responsabilidades.

A primeira barragem da RPM/Kinross foi elevada muito acima do projeto original, apresentado no primeiro processo de licenciamento, potencializando assim os riscos daquela obra. Portanto, o acordo não solidifica medidas já tomadas pela Kinross para garantir a integridade das barragens. Então, é importante saber:

1. Existem garantias de que a elevação da nova barragem de rejeitos, a qual represará um volume muito maior de material tóxico, obedecerá a projeto seguro e aprovado por órgãos competentes, ou poderá a empresa refazê-lo, aumentando a cota da barragem para atender seus estritos interesses?

2. Foi contratado seguro das duas barragens que inclua a vida e os recursos sociais e econômicos da população à jusante? Em caso positivo, qual o valor atribuído no seguro aos danos econômicos e à vida das pessoas em caso de acidente? Qual é a valoração que se dá à vida dessas pessoas?

Medidas compensatórias

A empresa vai custear integralmente a realização de estudo epidemiológico/ambiental, para avaliar os índices de arsênio na área de influência direta do empreendimento, a ser conduzido por instituição autonôma.

Esta é um ponto positivo, conquista do TMMG. Porém, o estudo epidemiológico, embora seja fundamental e tenha que ser bancado pelo ‘criador do risco’ e não pelos cofres públicos, não pode ser classificado como medida compensatória. Custeado pelo criador do risco, ele é uma medida justa, mas é uma avaliação e um monitoramento e não compensa as populações atingidas pelos impactos, especialmente aquelas dos bairros pobres da periferia, que, ao final, serão eles que pagarão a conta com suas vidas.

Além disso, à título de compensação ambiental, a Kinross investirá R$ 12 milhões em projetos de relevância ambiental na Bacia do Rio São Francisco e/ou na implantação e manutenção de Unidade de Conservação de Proteção Integral no Município de Paracatu.

Vemos aqui que o MPMG e a Kinross estabeleceram 12 milhões de reais como valor para compensar os danos sócio-ambientais já causados à Paracatu. Como se chegou a esse número mágico sem permitir à população, aqueles que sofreram os danos, se posicionasse nas negociações?

Quais os critérios de valoração utilizados para se chegar 12 milhões de reais? Foram considerados os danos ambientais, como a destruição de nascentes, o impedimento do acesso a água para o abastecimento da cidade? A contaminação da água, do solo e do ar? A poluição sonora? A morte dos garimpeiros? A pressão sobre as pessoas, a destruição de valores culturais, a eliminação de comunidades, o esfacelamento das relações sociais? Foi considerada a destruição de valores estéticos, com a transformação do morro em buraco, uma enorme cratera na cara da cidade?

Podemos falar de riscos cuja materialidade encontra-se no mundo físico, químico ou biológico, que afetam os sistemas de suporte à vida, mas também podemos falar de riscos no mundo social, cultural e das relações.
Sim, como dizem os versos da letra musical ‘Comida’: “A gente não quer / Só dinheiro / A gente quer dinheiro / E felicidade. / A gente não quer / Só dinheiro / A gente quer inteiro / E não pela metade...

Entretanto, este acordo, ao estabelecer um valor tão distante das expectativas da sociedade, vem confirmar o ditado: “Pobre é barato”.

Por que a população desta cidade se sentiria compensada com um valor tão irrisório, ainda mais destinado a pesquisa ambiental na Bacia do São Francisco, que se estende além da Bahia e Pernambuco e vai até ao Atlântico? Por que, se a bomba explode ali no Morro do Ouro, nos bairros Alto da Colina e Amoreiras II, se a bomba explode sobre os humildes, na cara de Paracatu?

Este acordo – Termo de Ajuste de Conduta -, tal como foi negociado, sem a participação das comunidades atingidas, não colabora para que se faça justiça ambiental em Paracatu. Pelo contrário, serve de instrumento para a continuidade da exploração das riquezas da terra, produzindo injustiças ambientais e gerando riscos moralmente inaceitáveis. Prevalece o modelo ganhador/perdedor, onde o perdedor é a população de Paracatu.

Proponho que não se faça esse acordo.

Proponho que o Ministério Público de MG abra fóruns de discussão com participação de leigos, técnicos, associações, autoridades, participação de todos os interessados, para que se faça um acordo baseado nos princípios da justiça ambiental. A população tem o que dizer e o direito de decidir sobre a sua vida e sobre os recursos ambientais que dão suporte a ela.

Paracatu, 3 de março de 2011.

Márcio José dos Santos

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Exames e testes clínico-laboratoriais para diagnóstico e avaliação da intoxicação crônica por arsênio.

Sergio Ulhoa Dani (*)

(*) Médico, doutor em medicina, livre-docente em Genética. Médico no Hospital das Clínicas da Universidade de Heidelberg, Alemanha, 26 de fevereiro de 2011.

Arsênio é um metalóide venenoso presente em concentração variável na crosta terrestre. Algumas regiões do planeta apresentam concentrações de arsênio acima da média mundial, essas são geralmente as regiões onde existem ou existiram atividades naturais de vulcanismo, fontes geotermais, ou mineração e atividades industriais associadas à mineração.

Quais são as fontes atuais mais importantes de poluição por arsênio?
Atualmente, a fonte mais importante de liberação de arsênio para a atmosfera, os solos e as águas e consequentemente a intoxicação crônica das pessoas, animais e plantas é a mineração de ouro numa rocha dura chamada arsenopirita. Mineração e queima de carvão mineral e petróleo são, respectivamente, a segunda e a terceira fontes atuais mais importantes. O consumo de água subterrânea contaminada por arsênio também é uma fonte importante de intoxicação crônica em vários países. A gravidade da intoxicação crônica por arsênio aumenta com a concentração desse veneno no ambiente e o tempo de exposição. O número de pessoas intoxicadas atualmente já supera as centenas de milhões, caracterizando o arsênio como um dos mais perigosos poluentes em todo o mundo.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sintomas da intoxicação crônica por arsênio em Paracatu.

Sergio U. Dani, de Heidelberg, Alemanha, 22 de fevereiro de 2011.

Se você mora em Paracatu e apresenta um ou mais dos seguintes sintomas:

. manchas claras ou escuras na pele,
. manchas claras nas unhas,
. pele "cascuda", principalmente nas palmas das mãos e dos pés,
cotovelo e joelhos,
. insônia,
. sonolência,
. irritabilidade,
. dor de cabeça,
. perda de memória ou "memória fraca",
. câimbras nos músculos das extremidades,
. sensação de formigamento, perda de sensibilidade, ou dor nas extremidades,
. fadiga muscular,
. perda da capacidade auditiva ("surdez"),
. perda da capacidade gustativa ("não sente bem os gostos"),
. vista embaçada,
. fraqueza,
. alterações no exame de sangue, como anemia, etc.,
. infecções repetidas, gripe com complicações, uso recorrente de
antibióticos, etc.
. diarréia,
. hepatomegalia (aumento do tamanho do fígado),
. pressão alta do sangue,
. alteração no eletrocardiograma (por exemplo, prolongamento do intervalo QT),
. alteração nos vasos do coração (conforme visto na sonografia cardíaca),
. infertilidade ou abortos repetidos,
. tosse crônica,
. asma,
. diabetes ou "açúcar no sangue",
. problema nos rins (por exemplo, diminuição da relação uréia/creatinina no plasma, insuficiência renal, inchaço nas pernas, alterações nos rins demonstradas pela sonografia, etc.),
. filho ou filha com problema neurológico ou malformação congênita,

então você pode estar apresentando sinais da intoxicação crônica por arsênio.

A concentração de arsênio no ar de Paracatu é alta por causa da mineração de ouro a céu aberto da mineradora transnacional canadense Kinross Gold Corporation. O arsênio está presente na rocha da mina.
Quando a mineradora quebra e mói a rocha, ela libera o arsênio para o ambiente na forma de poeira e gás. Arsênio não tem cheiro, nem gosto, nem cor. Os efeitos da intoxicação crônica por arsênio a longo prazo incluem diversas formas de câncer, doenças cardiovasculares, doenças
renais e doenças neurológicas, como a doença de Alzheimer.

A intoxicação crônica da população de Paracatu causada pelo arsênio liberado pela Kinross é um crime. Não aceite que a mineradora diga que "o arsênio está dentro dos limites da lei". Isso é uma mentira, simplesmente porque não existe dose segura para a exposição ao arsênio.

Procure seu médico, seu advogado e os Promotores de Justiça.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Mineração e decadência

Sergio U. Dani, de Heidelberg, Alemanha, em 20 de fevereiro de 2011.

O geólogo Marcio Santos escreve sobre os impactos irreversíveis da mineração de ouro em Paracatu no artigo intitulado "Mineração e decadência" (leia o artigo em:
http://professor-marciosantos.blogspot.com/2011/02/mineracao-e-decadencia.html).

A comparação das fotos que postou mostra o vermelho e o cinza em Gongo Soco e o acinzentado da arsenopirita em Paracatu. A mina de Paracatu é a maior mina de ouro do Brasil, a maior a céu aberto, a que tem o menor teor de ouro do mundo e a maior quantidade de arsênio, tudo isso no perímetro urbano de uma cidade de 100 mil habitantes a 200 km da capital federal, na bacia do principal tributário do Rio São Francisco. Estão liberando 1 milhão de toneladas de veneno que estava guardado na rocha há bilhões de anos, com o apoio de autoridades governamentais brasileiras e canadenses, afetando uma vasta população indefesa. A quantidade de veneno liberada seria suficiente para exterminar toda a humanidade. Por enquanto, está servindo para aumentar cronicamente o número de mortes por câncer, aborto espontâneo e outras doenças em Paracatu. O aumento da violência em Paracatu, conforme descrito pelo geólogo, pode não ser apenas fruto da injustiça sócio-econômica, pois comportamento violento também é descrito na literatura científica como um dos efeitos da intoxicação crônica por arsênio. Suspeita-se que já houve também casos de êxito letal por intoxicação aguda por arsênio, como o de um menino que se afogou em um dos tanques arsenicosos da mineradora transnacional Kinross Gold Corporation, e as milhares de aves e outros bichos que morrem na mina e nos seus arredores, todo ano. Para continuar seu projeto criminoso em Paracatu, a mineradora transnacional canadense chegou a eliminar uma comunidade Quilombola inteira para dar lugar a uma bacia de rejeitos tóxicos, inclusive assassinando dois membros da comunidade a tiros. Até agora estávamos falando em genocídio e decadência social.

Talvez devêssemos falar em geocídio e extinção em massa.
Com genocidas não se faz acordo

Sergio Ulhoa Dani, de Heidelberg, Alemanha, em 19 de fevereiro de 2011

Corre o boato que o Ministério Público de Minas Gerais teria feito acordo com a mineradora transnacional genocida Kinross. Essa informação não procede, porque com genocidas não se faz acordo. O boato só pode ter se originado da própria mineradora. De imediato, parece que a mineradora transnacional genocida já está usando o boato do “acordo” para dizer que já foi tudo “acordado” com o MP, então está tudo “resolvido”. Não é a primeira vez que a mineradora faz “lavagem verde” dos seus crimes usando a imagem do Ministério Público. A farsa da revitalização do Córrego Rico é um exemplo. De “acordo” em “acordo”, a mineradora faz crer que o MP lava suas mãos, e assim deixa a mineradora mais livre para continuar suas obras altamente rentáveis de destruição, poluição e morte.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Cresce o número de casos de câncer em Paracatu

Cresce o número de casos de câncer em Paracatu: indícios e população apontam transnacional canadense Kinross como culpada

Mineradora genocida recorre a falácias para ocultar o aumento de câncer relacionado à extração de ouro em Paracatu. Mas a ciência e o povo revelam a verdade.

Por Sergio U. Dani (*), em 19 de Janeiro de 2011

O número de casos de câncer aumentou significativamente em Paracatu nos últimos anos, informa um relatório de consultoria contratado pela Kinross, mineradora de ouro transnacional canadense.

A informação foi prestada numa Ação Civil Pública movida pela Fundação Acangaú contra a mineradora. A Fundação acusa a mineradora de genocídio pela liberação de arsênio em Paracatu, município de 100 mil habitantes do noroeste de Minas Gerais.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Abortos espontâneos em Paracatu

Cresce o número de abortos espontâneos em Paracatu: mineradora transnacional Kinross é apontada como culpada em ação judicial

Por Sergio Ulhoa Dani (*), em 18 de janeiro de 2011

O número de abortos espontâneos em Paracatu, cidade de 100 mil habitantes do noroeste de Minas Gerais, Brasil, está acima do número de abortos espontâneos nos municípios vizinhos de João Pinheiro e Unaí, conforme dados oficiais do sistema público de saúde.