quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Nova barragem de rejeitos sob vistas

Da redação do Alerta Paracatu
Unaí, 18 de fevereiro de 2008

*Nova barragem de rejeitos sob vistas*

Um pedido de licença de instalação de uma nova barragem de rejeitos da
mineradora RPM-Kinross em Paracatu foi apresentado hoje, durante a reunião
do COPAM-Conselho de Política Ambiental, em Unaí-MG. Os conselheiros Mauro
Ellovitch (promotor de justiça) e Domingos Santana Guimarães (da Votorantim
Metais, representando a FIEMG-Federação das Indústrias do Estado de Minas
Gerais no COPAM) pediram vistas do processo, que deverá ir à votação na
próxima reunião do COPAM, a realizar-se na cidade de Varjão de Minas, por
volta do dia 20 de março.

Estiveram presentes à reunião de hoje Sergio Ulhoa Dani, presidente da
Fundação Acangaú, e Marcos Tadeu da Silva Gama, representante da Associação
Comunitária do Vale do Machadinho, que corre o risco de ser inundado pela
nova barragem planejada. Na sessão, o presidente da Fundação Acangaú pediu a
palavra e foi interrompido pelo conselheiro Antônio Eustáquio Vieira, o
"Tonhão", representante das entidades civis no COPAM, que invocou o
regimento interno do conselho para não deixar a fundação falar.

Em resposta, o presidente da Fundação Acangaú distribuiu aos presentes o
artigo "Santos Rios: Paracatu", um manifesto em defesa do Ribeirão Santa
Rita e dos demais cursos d'água que foram seriamente afetados pela mineração
de ouro da RPM-Kinross em Paracatu. No artigo, o autor, que é médico e
cientista, chama os rios de irmãos, numa invocação ao espírito do chefe
Seattle que, durante a corrida do ouro no oeste americano, explicou ao
presidente dos Estados Unidos que o homem é parte da natureza, e o que
acontece com a natureza, também acontece com o homem, "porque há uma ligação
em tudo".

O Vale do Machadinho é uma região de grande beleza natural, que abriga
quatro nascentes do Ribeirão Santa Rita, importante recurso hídrico do
município de Paracatu, que hoje possui 40 mil hectares de lavouras
irrigadas. A construção de uma nova barragem de rejeitos com uma superfície
de mais de mil hectares do Vale do Machadinho sepultaria estas nascentes e
diminuiria sensivelmente a vazão do Ribeirão Santa Rita, a exemplo do que já
ocorreu com o Córrego Santo Antônio. As nascentes do Santo Antônio foram
sepultadas, a partir do ano de 1987, pela construção da atual barragem de
rejeitos da mineradora RPM-Kinross. Em função do barramento, que aumenta a
superfície de evaporação da água, e da intensa utilização de água no
processo industrial da mineradora, este córrego teve sua vazão reduzida em
mais de oitenta por cento, e por causa disso ficou assoreado e contaminado
com poluentes liberados pelos rejeitos. Um dos poluentes mais perigosos é o
arsênio, uma substância neurotóxica e cancerígena presente no minério e
liberado para o ambiente pela mineração de ouro.

Terminada a reunião, os representantes da Fundação Acangaú e da comunidade
do Machadinho dirigiram-se à sede da SUPRAM-Noroeste, onde protocolaram um
pedido de esclarecimentos ao superintendente, José Eduardo Vargas. Neste
documento, a Fundação Acangaú pede cópia de documentos e esclarecimentos
sobre as medidas tomadas pelo órgão ambiental licenciador acerca do rol de
sugestões técnicas mitigadoras e reparadoras de dano ambiental feitas pela
fundação, a título de condição para licenciamento do projeto de expansão da
RPM-Kinross, no ano de 2007. Até hoje a Fundação Acangaú não recebeu nenhuma
resposta neste sentido do órgão licenciador, mas as licenças de instalação e
operação do projeto de expansão continuam a ser concedidas.

Moradores do Vale do Santa Rita, como Duguai de Andrade, afirmam que existem
alternativas técnicas e locacionais que devem ser adotadas pela mineradora
para evitar o que ele considera um desastre ambiental de proporções ainda
maiores que os que a mineradora já causou em Paracatu.

3 comentários:

  1. Olá, meu nome é Hander e me admiro com nosso mais antigo representante do meio Ambiente "Tonhão", que já foi destemido até por aqueles que queriam derrubar uma árvore na calçada!!! Defender uma voz que fala pelo povo de Paracatu?
    Isso é postura de alguém que tem tal status na nossa cidade?
    Neste novo caso da RPM, como futuro técnico em Meio Ambiente digo que existem ótimas medidas compensatórias ao povo de Paracatu, mas como cidadão, que nem é preciso ser de sangue mas de coração, da cidade desta linda cidade, acho que o povo não deve aceitar medidas compesatórias futuramente apresentadas.
    O que vai compensar a degradação ocasionada pela morte de um rio? E as pessoas desabrigadas, que têm todo um passado naquele lugar, tem suas historias e cultura?
    Num é ninguém, nem uma mineradora que destruirá o que esta cidade tem de melhor, Vamos lutar POVO PARACATUENSE, POVO BRASILEIRO!!!

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  2. Olá, meu nome é Hander e me admiro com nosso mais antigo representante do meio Ambiente "Tonhão", que já foi destemido até por aqueles que queriam derrubar uma árvore na calçada!!! Defender uma voz que fala pelo povo de Paracatu?
    Isso é postura de alguém que tem tal status na nossa cidade?
    Neste novo caso da RPM, como futuro técnico em Meio Ambiente digo que existem ótimas medidas compensatórias ao povo de Paracatu, mas como cidadão, que nem é preciso ser de sangue mas de coração, da cidade desta linda cidade, acho que o povo não deve aceitar medidas compesatórias futuramente apresentadas.
    O que vai compensar a degradação ocasionada pela morte de um rio? E as pessoas desabrigadas, que têm todo um passado naquele lugar, tem suas historias e cultura?
    Num é ninguém, nem uma mineradora que destruirá o que esta cidade tem de melhor, Vamos lutar POVO PARACATUENSE, POVO BRASILEIRO!!!

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  3. O que vamos falar,ou que contas haveremos de prestar, de nossos atos perante nossa vida e com o meio em que vivemos?
    Quando entramos nessa vida, recebemos tarefas,como: administrar nosso crescimento intelectual constituirmos nossa família,
    criar nossos filhos, e sobre tudo, zelar pela mata que nos contempla com a transformação do gás cabonico em oxigénio
    e os rios que nos dão,alem da energia, o transporte,e o rico alimento em nossa mesa.
    Nós somos meros cotistas destas tarefas, que mais cedo ou mais tarde, deveremos colocar em nosso currículo espiritual e apresentarmos a
    quem de direito.
    Moro em uma cidade em que o rio que a corta,a tempos já passou da fase de moribundo para a morte. A minha cidade é JUIZ DE FORA e
    o rio é o velho e longo PARAIBÚNA.
    Portanto temos, que sempre engrossar este lado do bom combate,pois contamos sempre com a força,a luz maior , ou porque não dizer
    a propria espirituosidade.
    Se estamos conseguindo ficar indignados, isto é um bom sinal!!!!

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