por Serrano Neves
"[Folha de S.Paulo - 15.02.09] Os ministros do Meio Ambiente reunidos nesta semana em Nairóbi, Quênia, poderão tomar uma decisão de grande importância para afastar uma ameaça mundial à saúde das vidas de centenas de milhões de pessoas."
Desde 2003 que acompanho as notícias sobre mercúrio no meio-ambiente e, afinal, vejo que as autoridades começam a se preocupar.
Os males causados pelo mercúrio levam anos para se manifestarem e quando se manifestam são confundidos com outros males por falta de histórico de saúde ambiental.
Está firmado um Termo de Ajuste de Conduta entre o Ministério Público e a mineradora Kinross para "revitalização" do Córrego Rico e sobre esse TAC (compensação ambiental) pende a questão de existir ou não mercúrio no leito assoreado.
A população exposta ao risco dificilmente entenderá os perigos do mercúrio "enterrado" se transformando em formas orgânicas, envenenando a cadeia alimentar e atacando a saúde das crianças e idosos, que são mais frágeis.
Dificilmente será compreendido que as crianças podem ser prejudicadas na sua capacidade de aprendizagem porque suas mães consumiram alimentos contaminados, principalmente peixes.
Qual é a verdadeira situação do mercúrio no leito do Córrego Rico é a pergunta a ser respondida pelos responsáveis pela decisão e pelos executores da obra.
Sepultar o mercúrio não responde à questão da saúde ambiental, apenas mantém a população exposta na ignorância.
Manda quem pode e obedece quem tem juízo é uma forma de gestão de interesses que privilegia o poder e o capital e, neste caso em particular, transfere para o povo pagar com sua saúde o preço da compensação.
Queremos clareza, quer exista mercúrio quer não exista, para que o povo possa tomar as cautelas necessárias ou tranquilizar-se.
"Estimamos que cada quilo de mercúrio retirado do ambiente possa gerar até US$ 12.500 de benefícios sociais, ambientais e para a saúde humana." anota o artigo da Folha de São Paulo, e isto mostra que a compensação ambiental ajustada pode vir a ser uma descompensação para a sociedade, o ambiente e a saúde humana, em nome apenas de que a lei está sendo cumprida.
O cumprimento da lei não pode ter por propósito causar dano futuro nem para esconder responsabilidades sobre decisões e execuções.
É necessário, por imposição do regime democrático, que a solução seja a de menor gravosidade possível e atenda o interesse público sobre a publicidade.
A pior ditadura seria aquela na qual o ditador vestido de padre reza pelas almas dos cidadãos enquanto lhes distribui hóstias contaminadas com mercúrio, arsênio e outros metais pesados.
Clareza já !
"[Folha de S.Paulo - 15.02.09] Os ministros do Meio Ambiente reunidos nesta semana em Nairóbi, Quênia, poderão tomar uma decisão de grande importância para afastar uma ameaça mundial à saúde das vidas de centenas de milhões de pessoas."
Desde 2003 que acompanho as notícias sobre mercúrio no meio-ambiente e, afinal, vejo que as autoridades começam a se preocupar.
Os males causados pelo mercúrio levam anos para se manifestarem e quando se manifestam são confundidos com outros males por falta de histórico de saúde ambiental.
Está firmado um Termo de Ajuste de Conduta entre o Ministério Público e a mineradora Kinross para "revitalização" do Córrego Rico e sobre esse TAC (compensação ambiental) pende a questão de existir ou não mercúrio no leito assoreado.
A população exposta ao risco dificilmente entenderá os perigos do mercúrio "enterrado" se transformando em formas orgânicas, envenenando a cadeia alimentar e atacando a saúde das crianças e idosos, que são mais frágeis.
Dificilmente será compreendido que as crianças podem ser prejudicadas na sua capacidade de aprendizagem porque suas mães consumiram alimentos contaminados, principalmente peixes.
Qual é a verdadeira situação do mercúrio no leito do Córrego Rico é a pergunta a ser respondida pelos responsáveis pela decisão e pelos executores da obra.
Sepultar o mercúrio não responde à questão da saúde ambiental, apenas mantém a população exposta na ignorância.
Manda quem pode e obedece quem tem juízo é uma forma de gestão de interesses que privilegia o poder e o capital e, neste caso em particular, transfere para o povo pagar com sua saúde o preço da compensação.
Queremos clareza, quer exista mercúrio quer não exista, para que o povo possa tomar as cautelas necessárias ou tranquilizar-se.
"Estimamos que cada quilo de mercúrio retirado do ambiente possa gerar até US$ 12.500 de benefícios sociais, ambientais e para a saúde humana." anota o artigo da Folha de São Paulo, e isto mostra que a compensação ambiental ajustada pode vir a ser uma descompensação para a sociedade, o ambiente e a saúde humana, em nome apenas de que a lei está sendo cumprida.
O cumprimento da lei não pode ter por propósito causar dano futuro nem para esconder responsabilidades sobre decisões e execuções.
É necessário, por imposição do regime democrático, que a solução seja a de menor gravosidade possível e atenda o interesse público sobre a publicidade.
A pior ditadura seria aquela na qual o ditador vestido de padre reza pelas almas dos cidadãos enquanto lhes distribui hóstias contaminadas com mercúrio, arsênio e outros metais pesados.
Clareza já !
baum !!
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