domingo, 4 de março de 2012
MP investiga excesso de arsênio da mina
MP investiga excesso de arsênio da mina
http://www.cebes.org.br/internaEditoria.asp?idConteudo=2348&idSubCategoria=24
Publicado em: 29/02/2012 10:28:07
Valor Econômico - 29/02/2012
As operações da Kinross têm motivado controvérsia na cidade de Paracatu (MG). A empresa já recebeu críticas por parte de comunidades de remanescentes de quilombolas, de promotores preocupados com o impacto ambiental de suas ações e de moradores que se sentem afetados pelas detonações diárias.
Mas a maior polêmica diz respeito às acusações de que a atividade da mineradora libera quantidades de arsênio prejudiciais à saúde. A substância estaria associada a doenças como câncer, Alzheimer e problemas renais.
Um dos porta-vozes das acusações é o procurador de Justiça do Ministério Público Estadual de Goiás, Paulo Maurício Serrano Neves. Ele diz que já levou a diversos órgãos oficiais, mas que nunca teve sucesso. Segundo ele, uma ação na Justiça do município está em suspenso aguardando um levantamento epidemiológico. Paracatu fica quase na divisa com Goiás.
As acusações se espalharam e deixaram parte da população de Paracatu inquieta. Para tentar pôr um ponto final na questão, a Prefeitura contratou há mais de um ano uma empresa especializada em análises clínicas para identificar se há ou não níveis de arsênio acima do permitido na cidade.
Uma equipe clínica fez coletas de pedaços de unhas, cabelos, saliva em moradores que vivem em diferentes pontos da cidade. Os resultados, segundo a Prefeitura, ainda não foram apresentados.
"O problema em Paracatu é que lá a mineração é a céu aberto o que provoca a dispersão de arsênio na atmosfera", diz Serrano Neves. Na cidade, a Kinross, explora ouro numa rocha de arseno pirita, diz ele. "Em outros lugares do mundo onde há mineração de ouro a céu aberto, há registros da dispersão de arsênio. Por que só em Paracatu isso não estaria acontecendo?"
A Kinross diz que desde 2009 "vem realizando estudos com a poeira da mina e monitorando os níveis de arsênio e todos estão dentro dos parâmetros internacionais". E que no fim de 2011, realizou um estudo em parceria com a UFMG, que concluiu que não existe risco à saúde da população.
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