Belo Horizonte, 10 de novembro de 2017
Engenheiros, biólogos e médicos da UFMG-Universidade Federal de Minas Gerais, da UFU-Universidade Federal de Uberlândia e da USP-Universidade de São Paulo enviaram requerimentos ao Ministério
Público de Minas Gerais (MPMG) esta semana, alertando para a necessidade de
desocupar a APE-Área de Proteção Especial
de Paracatu.
A APE de Paracatu abrange 25 mil hectares de cerrados destinados
à conservação da natureza e produção de água para os mais de 80 mil habitantes
da cidade.
Os cientistas querem reforçar a proteção ambiental na APE,
mediante criação de novas unidades de conservação. As atuais unidades de
conservação, sendo duas particulares (RPPN-Reservas Particulares de Patrimônio Natural) e uma estadual (Parque Estadual de Paracatu) cobrem apenas 40% da APE.
Os cientistas também apóiam a decisão da Justiça Agrária de Minas Gerais de
retirar os invasores “sem terra” da Fazenda Paiol, localizada no centro
geográfico da APE de Paracatu.
"As medidas propostas atendem os interesses
difusos da proteção dos mananciais de abastecimento de água da cidade de
Paracatu", afirma Apolo Heringer Lisboa,
médico, especialista em medicina preventiva e social, idealizador do “Projeto
Manuelzão” e um dos requerentes. “Paracatu sofre do fenômeno da seca
subterrânea causada pela ocupação predatória da APE de Paracatu e seu entorno,
agravada pela perfuração indiscriminada de poços e a mineração de ouro a céu
aberto“, justifica.
Também assinam os requerimentos ao MPMG: Sergio
Dani, médico, geneticista e toxicologista com diversos trabalhos realizados
na APE de Paracatu; Paulo Maurício
Serrano Neves, especialista em direito constitucional; Alexandre Salino, especialista em botânica e curador do Herbário da
UFMG, com trabalho realizado na APE de Paracatu; Fabrício Santos, especialista em genética das populações humanas indígenas
e conservação dos recursos genéticos animais e vegetais; Mauro da Costa Val, engenheiro civil e sanitarista, mestre em saneamento,
meio ambiente e recursos hídricos, membro do Conselho do Parque Estadual de
Paracatu; Heraldo Vasconcellos,
especialista em artrópodes com trabalho realizado na APE de Paracatu e Hani Yehia, engenheiro especialista em
reconhecimento de padrões.
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