Mineração, política e alienação em Paracatu
Por João Benedito Pereira de Souza (*)
No dia 14 de abril de 2008, a cidade de Paracatu assistiu à uma audiência pública, organizada pela Comissão de Meio da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais. De um lado a mineradora RPM-KINROSS que atua na região Cruz das Almas – Morro do Ouro nesta histórica cidade, representada pelo senhor Victor Hugo Belo (Gerente Geral), funcionários, políticos, e imprensa. Do outro lado o senhor Sergio Ulhoa Dani que empunhou a bandeira em defesa da sociedade paracatuense e conservação do meio ambiente sadio.
É certo que a sociedade precisa da mineração, como necessita de varias outras atividades para a sua subsistência econômica. Mas o que não pode ser admissível são os paracatuenses continuarem nas trevas da ignorância, assistindo que nossas riquezas sejam retiradas do nosso seio sem receber nada por isso, como aconteceu no período colonial, e que não possamos falar da nossa insatisfação em relação à degradação e a poluição que está sendo acometida nesta cidade. Se fossemos uma nação desenvolvida essa reunião deveria ter abarcado o quanto eles vão nos pagar sobre os lucros, para continuar suas atividades. Se fossemos uma nação desenvolvida dotada de políticos sérios e competentes eles nem estariam aqui, haveria uma empresa brasileira fazendo o papel que os estrangeiros estão desempenhando no nosso quintal, teriam investido em educação para desenvolver ciência e tecnologia para nós mesmo sermos tutores dos nossos próprios recursos, mas ao invés de políticos temos mercenários no poder.
É fato lastimável que cidadãos que se dizem representantes de Paracatu vistam a camisa da RPM-KINROSS e venham a público, defender as mazelas do capital internacional em nosso território; enquanto deveriam vestir a camisa do Brasil e de Paracatu, e defender-nos; será que nos jogos olímpicos de Pequim eles torceram pro Canadá e Inglaterra? Na mesma linha se encontram outros segmentos da sociedade e funcionários dessa empresa a se manifestarem de forma evasiva, demonstrando a falta de conhecimento em história, política e economia. Pobre hoje pode comprar um "carrim"... Só faltou um agradecimento explícito por Paracatu ter sido um dos pólos da escravidão do negro num passado não tão distante. O nosso vice-prefeito deveria mobilizar suas bases políticas no Congresso Nacional para quem sabe pedir a nacionalização de pelo menos 50% das ações dessa empresa em favor da sociedade paracatuense. Da imprensa não devemos nem comentar, pois, quase toda ela não passa de garoto- propaganda dessa mineradora.
O que assistimos é o que se denomina alienação do grande capital que vai abocanhando tudo com sua boca voraz por mais lucros, para os seus acionistas, em que a vida não tem valor algum. São eles o grupo do G-7, que controlam a economia capitalista, responsáveis pelos infortúnios que acometem a humanidade contemporânea.
(*) Licenciado em Geografia pela Faculdade do Noroeste de Minas – FINOM
Pós-Graduando em Sociologia pelo Instituto ProMinas – Ipatinga - MG
Postado por
Serrano Neves
Procurador de Justiça
Por João Benedito Pereira de Souza (*)
No dia 14 de abril de 2008, a cidade de Paracatu assistiu à uma audiência pública, organizada pela Comissão de Meio da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais. De um lado a mineradora RPM-KINROSS que atua na região Cruz das Almas – Morro do Ouro nesta histórica cidade, representada pelo senhor Victor Hugo Belo (Gerente Geral), funcionários, políticos, e imprensa. Do outro lado o senhor Sergio Ulhoa Dani que empunhou a bandeira em defesa da sociedade paracatuense e conservação do meio ambiente sadio.
É certo que a sociedade precisa da mineração, como necessita de varias outras atividades para a sua subsistência econômica. Mas o que não pode ser admissível são os paracatuenses continuarem nas trevas da ignorância, assistindo que nossas riquezas sejam retiradas do nosso seio sem receber nada por isso, como aconteceu no período colonial, e que não possamos falar da nossa insatisfação em relação à degradação e a poluição que está sendo acometida nesta cidade. Se fossemos uma nação desenvolvida essa reunião deveria ter abarcado o quanto eles vão nos pagar sobre os lucros, para continuar suas atividades. Se fossemos uma nação desenvolvida dotada de políticos sérios e competentes eles nem estariam aqui, haveria uma empresa brasileira fazendo o papel que os estrangeiros estão desempenhando no nosso quintal, teriam investido em educação para desenvolver ciência e tecnologia para nós mesmo sermos tutores dos nossos próprios recursos, mas ao invés de políticos temos mercenários no poder.
É fato lastimável que cidadãos que se dizem representantes de Paracatu vistam a camisa da RPM-KINROSS e venham a público, defender as mazelas do capital internacional em nosso território; enquanto deveriam vestir a camisa do Brasil e de Paracatu, e defender-nos; será que nos jogos olímpicos de Pequim eles torceram pro Canadá e Inglaterra? Na mesma linha se encontram outros segmentos da sociedade e funcionários dessa empresa a se manifestarem de forma evasiva, demonstrando a falta de conhecimento em história, política e economia. Pobre hoje pode comprar um "carrim"... Só faltou um agradecimento explícito por Paracatu ter sido um dos pólos da escravidão do negro num passado não tão distante. O nosso vice-prefeito deveria mobilizar suas bases políticas no Congresso Nacional para quem sabe pedir a nacionalização de pelo menos 50% das ações dessa empresa em favor da sociedade paracatuense. Da imprensa não devemos nem comentar, pois, quase toda ela não passa de garoto- propaganda dessa mineradora.
O que assistimos é o que se denomina alienação do grande capital que vai abocanhando tudo com sua boca voraz por mais lucros, para os seus acionistas, em que a vida não tem valor algum. São eles o grupo do G-7, que controlam a economia capitalista, responsáveis pelos infortúnios que acometem a humanidade contemporânea.
(*) Licenciado em Geografia pela Faculdade do Noroeste de Minas – FINOM
Pós-Graduando em Sociologia pelo Instituto ProMinas – Ipatinga - MG
Postado por
Serrano Neves
Procurador de Justiça