Paracatu, 19 de setembro de 2014 - Um
incêndio de origem criminosa irrompeu às duas horas da tarde em parte da
Reserva do Acangau, no município de Paracatu-MG. O incêndio foi provocado a
partir de vários focos, em partes da reserva em torno da área administrativa da
Fundação Acnagau onde nunca houve incêndios, desde que a área foi protegida por
aceiros.
O incêndio foi intenso e pôde ser apenas
parcialmente controlado pelos aceiros e pelos colaboradores da Fundação Acangau.
Por sua localização em torno da área administrativa da Fundação Acangau, este
incêndio representou um grave risco às instalações e ao pessoal.
Fontes locais suspeitam que o incêndio
tenha sido provocado por invasores da Fazenda Paiol, uma área vizinha da
Reserva do Acangau. O incêndio teria sido uma represália criminosa ao
posicionamento do presidente da Fundação Acangau, o médico e cientista Dr.
Sergio Ulhoa Dani, em dois artigos publicados em um blog da internet e dois
jornais locais.
Nos artigos, o médico e cientista
denuncia os invasores da Fazenda Paiol e informa a população sobre o processo
judicial de desocupação da área.
Em 25 de julho de 2014, o Juiz de
Direito da Vara Agrária de Minas Gerais, Dr. Octávio de Almeida Neves
determinou a desocupação da Fazenda Paiol, qualificando os invasores como
criminosos.
Entre os criminosos, citam-se alguns indivíduos
pertencentes ao MTTL e aos partidos políticos PSOL e PMDB. Estes estariam
recebendo dinheiro de ocupantes da Fazenda Paiol e outras pessoas e cúmplices
da cidade de Paracatu interessadas em um pedaço da fazenda.
Consta que, após a publicação dos
artigos do Dr. Sergio U. Dani nos jornais locais e na internet, e dias antes do
incêndio, alguns dos criminosos teriam feito ameaças veladas aos amigos e
colaboradores da Fundação Acangau .
A Polícia Militar e os órgãos ambientais
foram informados do incêndio criminoso na Reserva do Acangau. A Fundação
Acangau está investigando a origem do fogo, suas causas e consequencias.
SAIBA
MAIS:
Sobre
a RPPN do Acangau:
A RPPN-Reserva Particular de Patrimônio
Natural do Acangau foi criada em 1991 pelo IBAMA-Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis. Cientistas e pesquisadores de várias
Universidades e Institutos de Pesquisa conduzem estudos na Reserva do Acangau.
O Painel de Experts em Conservação do Estado de Minas Gerais considera a
Reserva do Acangau uma área de alta relevância para a conservação da
biodiversidade dos cerrados. A Reserva encontra-se dentro da APE-Área de
Proteção Especial de Paracatu, uma área que encerra mananciais de abastecimento
público da cidade de Paracatu. A Reserva do Acangau é vizinha do Parque
Estadual de Paracatu. Juntas, estas duas Unidades de Conservação constituem um
dos mais importantes mosaicos de conservação ambiental dos remanescentes dos
cerrados nativos do Estado de Minas Gerais.
Sobre os incêndios florestais:
Os incêndios florestais são considerados
sinistros “quase-naturais”, significando que eles não tem características
completamente naturais, como vulcões, terremotos e tempestades tropicais. Os
incêndios florestais podem causar perdas e danos extensos às propriedades e à
vida humana, mas eles também têm vários efeitos benéficos em áreas de vegetação
nativa. Algumas espécies de plantas dependem dos efeitos do fogo para seu
crescimento e reprodução. Especialmente a vegetação dos cerrados é considerada por
alguns cientistas uma “vegetação clímax de fogo” significando que sem o fogo,
não pode haver cerrado, ou ele é substituído por outro tipo de vegetação. Entretanto,
incêndios florestais muito intensos, frequentes ou em grandes extensões também
têm efeitos ecológicos negativos. As principais causas naturais dos incêndios
florestais são os raios, erupções vulcânicas, faíscas emitidas por rochas, e a
combustão espontânea. Entre as causas humanas citam-se as fogueiras, descarte
de cigarros acesos, faíscas provocadas por escapamento de automóveis ou
projéteis de armas de fogo, balões e, principalmente, a ação criminosa dolosa
(isto é, quando existe a intenção de provocar o incêndio). A estiagem prolongada, os ventos fortes e o tempo seco
contribuem para o aumento das queimadas. Esse mês de setembro, os
satélites já registraram mais de 17 mil focos de incêndio em todo o país,
segundo dados do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais. Diversas técnicas podem ser usadas para evitar, limitar ou
combater os incêndios florestais, entre elas: a construção de aceiros, e a
redução da massa de material inflamável, através do pastejo do gado, o manejo
sustentado da vegetação, e o uso controlado do próprio fogo.
Leia
também:
Invasão da Área de Proteção Especial de
Paracatu põe em risco o frágil equilíbrio socioambiental, o abastecimento de
água e a saúde coletiva http://www.alertaparacatu.blogspot.de/2014/07/invasao-da-area-de-protecao-especial-de.html
Juiz determina desocupação da Fazenda
Paiol