segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pode começar a chorar.

Pode começar a chorar.

Sergio Ulhoa Dani, de Heidelberg, Alemanha, 25 de junho de 2011.

Alegre e brincalhão, mas crítico, disciplinado, persistente, pontual e confiável. Falo de Mário Nunes Alves, o ´Marim Preto` que nos deixou dia 19 de junho, pela primeira e derradeira vez. Marim Preto conduziu-me durante mais de 30 anos em Paracatu. Com ele não tinha hora ou tempo ruins, nem barro nem poeira. Não me lembro de ter chegado atrasado alguma vez, não me lembro de não ter ouvido alguma tirada crítica, inteligente ou bem humorada do Marim antes, durante ou depois da viagem. Uma piada que costumava fazer, quando me buscava na roça era dizer para quem ficava, na hora da despedida: ´- Agora pode começar a chorar`. E depois ria, para ninguém chorar. Café ele negava com educação: ´- Eu já sou preto bastante`. E ria, para não ter que tomar o café e perder o horário. Marim Preto viu nascer Brasília e ajudou a construí-la. Fazia fretes numa época em que uma viagem de Brasília ao Rio de Janeiro podia durar uma semana. Conduziu desde materiais de construção até alimento e gente de todo tipo, origem e nacionalidade. Empreendedor, construiu patrimônios materiais e imateriais que são o seu legado. Deixa esposa, filhos, clientes e amigos. Presto aqui uma singela homenagem ao nosso condutor, esteja onde estiver.

--
Sergio U. Dani, Dr.med., D.Sc.
Heidelberg, Germany
Tel. +49 15-226-453-423
srgdani@gmail.com

segunda-feira, 6 de junho de 2011

De Paracatu à Pascua Lama

De Paracatu à Pascua Lama : a falência do direito em proteger os seres humanos da morte pela expansão econômica incontrolável ?
Laure Terrier (*)

(*) Ecole Doctorale de Sciences Juridiques et Politiques, Université Paris-Ouest Nanterre La Défense, Paris, França.


Resumo : Os casos de Paracatu e Pascua Lama refletem uma realidade latino-americana, que finalmente é idêntica em qualquer região do mundo onde empresas transnacionais exploram os recursos naturais. O peso considerável dos lobbies coloca o direito num segundo plano; os tribunais reconhecem prontamente a admissibilidade legal de argumentos econômicos e financeiros, colocando os seres humanos no centro de um desenvolvimento econômico incontrolável que os condena à morte.