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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Mineração, política e alienação em Paracatu

Mineração, política e alienação em Paracatu

Por João Benedito Pereira de Souza (*)

No dia 14 de abril de 2008, a cidade de Paracatu assistiu à uma audiência pública, organizada pela Comissão de Meio da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais. De um lado a mineradora RPM-KINROSS que atua na região Cruz das Almas – Morro do Ouro nesta histórica cidade, representada pelo senhor Victor Hugo Belo (Gerente Geral), funcionários, políticos, e imprensa. Do outro lado o senhor Sergio Ulhoa Dani que empunhou a bandeira em defesa da sociedade paracatuense e conservação do meio ambiente sadio.
É certo que a sociedade precisa da mineração, como necessita de varias outras atividades para a sua subsistência econômica. Mas o que não pode ser admissível são os paracatuenses continuarem nas trevas da ignorância, assistindo que nossas riquezas sejam retiradas do nosso seio sem receber nada por isso, como aconteceu no período colonial, e que não possamos falar da nossa insatisfação em relação à degradação e a poluição que está sendo acometida nesta cidade. Se fossemos uma nação desenvolvida essa reunião deveria ter abarcado o quanto eles vão nos pagar sobre os lucros, para continuar suas atividades. Se fossemos uma nação desenvolvida dotada de políticos sérios e competentes eles nem estariam aqui, haveria uma empresa brasileira fazendo o papel que os estrangeiros estão desempenhando no nosso quintal, teriam investido em educação para desenvolver ciência e tecnologia para nós mesmo sermos tutores dos nossos próprios recursos, mas ao invés de políticos temos mercenários no poder.
É fato lastimável que cidadãos que se dizem representantes de Paracatu vistam a camisa da RPM-KINROSS e venham a público, defender as mazelas do capital internacional em nosso território; enquanto deveriam vestir a camisa do Brasil e de Paracatu, e defender-nos; será que nos jogos olímpicos de Pequim eles torceram pro Canadá e Inglaterra? Na mesma linha se encontram outros segmentos da sociedade e funcionários dessa empresa a se manifestarem de forma evasiva, demonstrando a falta de conhecimento em história, política e economia. Pobre hoje pode comprar um "carrim"... Só faltou um agradecimento explícito por Paracatu ter sido um dos pólos da escravidão do negro num passado não tão distante. O nosso vice-prefeito deveria mobilizar suas bases políticas no Congresso Nacional para quem sabe pedir a nacionalização de pelo menos 50% das ações dessa empresa em favor da sociedade paracatuense. Da imprensa não devemos nem comentar, pois, quase toda ela não passa de garoto- propaganda dessa mineradora.
O que assistimos é o que se denomina alienação do grande capital que vai abocanhando tudo com sua boca voraz por mais lucros, para os seus acionistas, em que a vida não tem valor algum. São eles o grupo do G-7, que controlam a economia capitalista, responsáveis pelos infortúnios que acometem a humanidade contemporânea.


(*) Licenciado em Geografia pela Faculdade do Noroeste de Minas – FINOM
   Pós-Graduando em Sociologia pelo Instituto ProMinas – Ipatinga - MG

Postado por
Serrano Neves
Procurador de Justiça

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Arsenic's cancer paradox resolved - Solucionado o paradoxo do câncer causado por arsênio

Arsenic's cancer paradox resolved
(EM PORTUGUÊS AO FINAL DA PÁGINA)

10:25 14 November 2001
From New Scientist Print Edition.
Robert Adler

A surprising new genetic mechanism may explain arsenic's paradoxical ability to cause some cancers and cure others. Researchers say the discovery may lead to improved treatments for some kinds of leukemia, and supports the need for strict limits on environmental arsenic exposure.

Chi Dang and Wen-Chien Chou at Johns Hopkins University School of Medicine, in Maryland, noticed that arsenic caused certain kinds of cancer cells to puff up and die. They found many chromosomes in these cells were fused end-to-end.

This implicated telomerase, an enzyme that keeps the end parts of chromosomes, called telomeres, intact. "Once we saw the fused chromosomes, we knew that telomerase might be responsible," says Dang.

The researchers found that arsenic suppresses the hTERT gene, which codes for one of the two building blocks of telomerase. They further showed that reduced telomerase shortened telomeres in dividing cells, causing frequent end-to-end chromosomal tangles.

The researchers think the accumulation of these genetic mix-ups killed the cells. "Cancer cells are normally deficient in telomerase, and they rearrange their genetic material to their advantage," says Dang. "The arsenic shuffles it some more, just enough to make them commit suicide and die."

Brink of catastrophe

Calvin Harley, Chief Scientific Officer at Geron Corporation, in Menlo Park, California, agrees. "Cancer cells are basically on the brink of telomere catastrophe. So any inhibition of telomerase can lead to cell death." In the last decade, researchers in China, Europe and the United States found that the compound arsenic trioxide was dramatically effective against acute promyelocytic leukemia (APL) that had become resistant to other chemotherapy.

Many researchers have worked to clarify arsenic's ability to kill APL cells quickly, but the new findings imply a new mechanism. "I find this intriguing," says Martin Privalsky, a molecular biologist at the University of California, Davis. "It suggests an additional, previously unknown, longer term effect."

Like Dang, Privalsky thinks the new findings may also clarify the cancer-causing effect of arsenic. "That's been a mystery for a long time," he says. "Environmental doses are very small, but over a long time the accumulation of chromosomal abnormalities could be important."

Journal reference: Journal of Clinical Investigation (vol 108, p 1)

Solucionado o paradoxo do câncer causado por arsênio

10:25 14 de Novembro de 2001
Origem: New Scientist Print Edition.
Robert Adler


Um novo e surpreendente mecanismo da genética pode explicar a condição paradoxal do arsênio como agente causador e como agente de cura do câncer. Os pesquisadores afirmam que a descoberta pode conduzir a melhoria do tratamento para alguns tipos de leucemia e pontuam a necessidade de limites rígidos á exposição ambiental por arsênio.


Chi Dang e Wen-Chien Chou da Johns Hopkins University School of Medicine, em Maryland (USA) constataram que o arsênio pode agir em células de alguns tipos de câncer, fazendo com que elas se desenvolvam de forma anormal e morram.Eles descobriram que muitos dos cromossomas destas células eram inter-conectados pelas extremidades.



Isto implicava em telomerase, uma enzima que mantém intacta as extremidades dos cromossomas , os chamados telômeros. " Uma vez que constatamos a interconexão dos cromossomas, sabíamos que a telomerase poderia ser a responsável", afirmou Dang.


Os pesquisadores descobriram que o arsênio suprime o gene hTERT que codifica para um dos dois blocos de construção da telomerase. Eles demonstraram posteriormente que a telomerase reduzida , diminuía os telômeros em células divididas , resultando no freqüente emaranhado das extremidades dos cromossomas.


Os pesquisadores inferiram que o acúmulo destas mixagens genéticas matavam as células. " Células de câncer são normalmente deficientes em telomerase e assim reagrupam seu material genético para vantagem própria", afirma Dang. " O arsênio potencializa este embaralhamento, o suficiente para provocar o suicídio e morte destas células. "

Na iminência de uma catástrofe.

" As células cancerosas se situam, basicamente, na iminência de uma catástrofe. Assim , qualquer inibição da telomerase pode conduzir a morte da célula. " Na década passada, pesquisadores na China, na Europa e nos Estados Unidos descobriram que o composto de trióxido de arsênio era surpreendentemente eficaz contra a leucemia promielocítica aguda ( APL - acute promyelocytic leukemia ) , que havia se tornado resistente a outras quimioterapias.


Muitos pesquisadores envidaram esforços para esclarecer a capacidade do arsênio para matar rapidamente as células APL, mas os novos achados implicavam em novo mecanismo. " Eu acho isto intrigante, " disse então Maryin Privalsky , biólogo molecular na Universidade da Califórnia , Davis. " Sugere um efeito adicional de longo e maior prazo , previamente desconhecido ."


Como Dang, Privalsky acha que os novos achados podem esclarecer os efeitos de câncer causado por arsênio. " Isto tem se mantido um mistério por um longo tempo, " ele diz. " AS DOSES AMBIENTAIS PODEM SER PEQUENAS, MAS A LONGO PRAZO O ACÚMULO DE ANORMALIDADES CROMOSSÔMICAS PODE SER RELEVANTE."

Journal de referência: Journal of Clinical Investigation (vol 108, p 1)