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sábado, 26 de setembro de 2015

Mineradora e Prefeitura de Paracatu são alvos de denúncia na Comissão de Direitos Humanos da ALMG

Ocultação de diagnósticos de câncer e ameaças à defensora de direitos humanos estão entre as denúncias. Prefeito nega.

A defensora de direitos humanos Rafaela Xavier Luiz esteve na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na manhã desta sexta-feira (25/9/15) para denunciar ameaças sofridas em seu município, Paracatu (Noroeste de Minas). O prefeito e representantes da mineradora canadense Kinross, que explora ouro na cidade, estariam ameaçando sua vida após denúncias a respeito de danos à saúde da população, causados pelas atividades minerárias. O prefeito, Olavo Remigio Condé, negou as ameaças e citou estudos que refutam os supostos danos à saúde da população.

De acordo com Rafaela Luiz, as atividades da mineradora estariam liberando arsênio na atmosfera e nos rios. A substância seria tóxica e cancerígena. Ela afirmou que, para acobertar o problema, o hospital municipal estaria omitindo diagnósticos de câncer. Diante desse cenário, Rafaela afirmou que começou a auxiliar moradores a buscar apoio no hospital do município de Barretos (SP), onde ela é voluntária, ao mesmo tempo em que teria se utilizado dos jornais para conscientizar a população sobre os riscos.

Por toda essa atuação, Rafaela afirmou que estaria sendo perseguida. “Mandaram me demitir de cargos públicos. Cheguei a ser chamada ao gabinete do prefeito e ele me disse para eu ter cuidado, porque ele tem mais força que eu”, afirmou. Ela relatou, ainda, que teriam sido dados tiros em sua casa como forma de recado. Ela se mudou de Paracatu, segundo ela por medo das ameaças. Rafaela se emocionou em alguns momentos da sua fala.

O prefeito, Olavo Condé, por sua vez, foi enfático ao negar as ameaças. “Se a Rafaela fala com tanta convicção dessas ameaças, o que ela precisa é de tratamento psiquiátrico. Tenho certeza que nem eu nem o vice-prefeito fizemos nenhum tipo de ameaça a ela”, disse. Segundo ele, em 2012 o hospital de Barretos teria enviado um pedido de apoio financeiro à prefeitura, citando o atendimento de 48 pessoas provenientes do município, que teriam realizado 563 procedimentos. “E a Rafaela começou a divulgar que 563 pessoas estavam com câncer no município”, disse. Por isso, ele teria chamado Rafaela em seu gabinete, já que ela era funcionária comissionada da prefeitura, para dizer que ela estava divulgando informações erradas.

Fonte: Paracatunews

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