Arsênio reduz as defesas
Por Sergio U. Dani
Estudo mostra que arsênio na água, mesmo em concentrações consideradas
seguras, provoca alterações na resposta imunológica inata nos pulmões
[*]. Courtney Kozul e colaboradores mostraram que camundongos que
tomavam água com 10 ppb de arsênio (dose considerada segura pela OMS),
apresentam alterações na regulação da imunidade inata. Os
pesquisadores examinaram o padrão da expressão simultânea de diversos
genes e concluíram que as alterações causadas pelo arsênio podem
alterar os riscos de contração de doenças infecciosas e câncer,
particularmente no pulmão.
[*] Kozul, C. D., et al. Chronic exposure to arsenic in the drinking
water alters the expression of immune response genes in mouse lung.
Environ. Health Perspect. 117:1108-15 (2009).
Páginas
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segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Arsênio é causa de aborto
Arsênio é causa de aborto
Por Sergio U. Dani
Um estudo de 31 mil gravidezes em Bangladesh [*] mostrou que o número
de abortos aumenta significativamente com o aumento da exposição ao
arsênio na água de bebida (2,96% a<10 microg/l; 3,79% de 10 microg/l a<50 microg/l; 4,43% a>50 microg/l). Após o ajuste para 17 fatores
socioeconômicos e de saúde, os riscos isolados do arsênio continuaram
altos. O risco de aborto pela exposição ao arsênio foi considerado
alto o suficiente para ser detectado por uma abordagem ecológica.
Outros estudos têm implicado a exposição ao arsênio como causa de
malformações congênitas e infertilidade.
[*] Cherry, N., Shaikh, K., McDonald, C., & Chowdhury, Z. Stillbirth
in rural Bangladesh: arsenic exposure and other etiological factors: a
report from Gonoshasthaya Kendra. Bull. World Health Organ. 86:172-7
(2008).
Por Sergio U. Dani
Um estudo de 31 mil gravidezes em Bangladesh [*] mostrou que o número
de abortos aumenta significativamente com o aumento da exposição ao
arsênio na água de bebida (2,96% a<10 microg/l; 3,79% de 10 microg/l a<50 microg/l; 4,43% a>50 microg/l). Após o ajuste para 17 fatores
socioeconômicos e de saúde, os riscos isolados do arsênio continuaram
altos. O risco de aborto pela exposição ao arsênio foi considerado
alto o suficiente para ser detectado por uma abordagem ecológica.
Outros estudos têm implicado a exposição ao arsênio como causa de
malformações congênitas e infertilidade.
[*] Cherry, N., Shaikh, K., McDonald, C., & Chowdhury, Z. Stillbirth
in rural Bangladesh: arsenic exposure and other etiological factors: a
report from Gonoshasthaya Kendra. Bull. World Health Organ. 86:172-7
(2008).
Arsênio no ambiente afeta mães e filhos
Arsênio no ambiente afeta mães e filhos
Por Sergio U. Dani
Pesquisadores do Centro Internacional para a Pesquisa de Doenças
Diarréicas em Bangladesh (ICDDR.B) mostraram que a exposição crônica
ao arsênio em uma vila contaminada está associada à febre e diarréia
durante a gravidez, alterações no desenvolvimento do timo (órgão de
defesa imunológica) dos fetos e infecções respiratórias agudas (IRA)
aumentadas nas crianças [*]. Os pesquisadores associaram o aumento
dessas doenças à queda da resistência natural do organismo provocada
pela exposição crônica ao arsênio.
[*] Ragib, R., Ahmed, S., Sultana, R., et al. Effects of in utero
arsenic exposure on child immunity and morbidity in rural Bangladesh.
Toxicol. Lett. 185:197-202 (2009).
Por Sergio U. Dani
Pesquisadores do Centro Internacional para a Pesquisa de Doenças
Diarréicas em Bangladesh (ICDDR.B) mostraram que a exposição crônica
ao arsênio em uma vila contaminada está associada à febre e diarréia
durante a gravidez, alterações no desenvolvimento do timo (órgão de
defesa imunológica) dos fetos e infecções respiratórias agudas (IRA)
aumentadas nas crianças [*]. Os pesquisadores associaram o aumento
dessas doenças à queda da resistência natural do organismo provocada
pela exposição crônica ao arsênio.
[*] Ragib, R., Ahmed, S., Sultana, R., et al. Effects of in utero
arsenic exposure on child immunity and morbidity in rural Bangladesh.
Toxicol. Lett. 185:197-202 (2009).
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Arsênio na água não está pra peixe
Arsênio na água não está pra peixe
Por Sergio U. Dani
Em um estudo conduzido por cientistas norte-americanos [1], a
exposição a níveis de arsênio na água considerados seguros (2-10 ppB)
resultou em um aumento de mais de 50 vezes a quantidade de vírus em
embriões de peixes. O aumento na quantidade de bactérias foi de pelo
menos 17 vezes. O estudo indica que a exposição ao arsênio, mesmo em
concentrações consideradas seguras, suprime a função imunológica inata
e diminui a resistência às infecções.
[1] Nayak, A. S., Lage, C. R., Kim, C. H. Effects of low
concentrations of arsenic on the innate immune system of the zebrafish
(Danio rerio). Toxicol. Sci. 98(1):118-24 (2007).
--
Sergio Ulhoa Dani
Tel. 00(XX)49 15-226-453-423
srgdani@gmail.com
Por Sergio U. Dani
Em um estudo conduzido por cientistas norte-americanos [1], a
exposição a níveis de arsênio na água considerados seguros (2-10 ppB)
resultou em um aumento de mais de 50 vezes a quantidade de vírus em
embriões de peixes. O aumento na quantidade de bactérias foi de pelo
menos 17 vezes. O estudo indica que a exposição ao arsênio, mesmo em
concentrações consideradas seguras, suprime a função imunológica inata
e diminui a resistência às infecções.
[1] Nayak, A. S., Lage, C. R., Kim, C. H. Effects of low
concentrations of arsenic on the innate immune system of the zebrafish
(Danio rerio). Toxicol. Sci. 98(1):118-24 (2007).
--
Sergio Ulhoa Dani
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Arsênio alto na água, 70 anos após fechamento da mina
Arsênio alto na água, 70 anos após fechamento da mina
Por Sergio U. Dani
Cientistas franceses [1] mostram que o arsênio de uma antiga mina está
contaminando peixes no rio Bravona e seu tributário, o rio Presa, na
França, 70 anos após o encerramento das atividades da mineração. Os
resultados desse estudo indicaram uma forte contaminação de arsênio
nos peixes pescados muitos quilômetros abaixo do local da mina. Houve
uma forte correlação entre o arsênio presente na água e o arsênio
encontrado em vários tecidos do corpo dos peixes. A bioacumulação
aconteceu preferencialmente nas guelras, no opérculo e no fígado. Os
níveis de arsênio nos tecidos seguem um gradiente de poluição.
[1] Culioli JL, Calendini S, Mori C, Orsini A.. Arsenic accumulation
in a freshwater fish living in a contaminated river of Corsica,
France. Ecotoxicol Environ Saf. 72(5):1440-5 (2009).
--
Sergio Ulhoa Dani
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quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Alemães pedem ajuda às Nações Unidas para evitar catástrofe em Paracatu
25 de Agosto de 2009
Alemães pedem ajuda às Nações Unidas para evitar catástrofe em Paracatu
Por Sergio U. Dani
A Sociedade dos Povos Ameaçados (GfbV), organização internacional de
defesa dos direitos humanos com sede em Göttingen, Alemanha, escreveu
hoje à Organização Mundial da Saúde (OMS) pedindo ajuda do órgão das
Nações Unidas para evitar uma catástrofe sócio-ambiental em Paracatu,
Brasil.
A carta foi uma resposta da GfbV à concessão da licença de instalação
de uma nova barragem de rejeitos tóxicos da transnacional canadense,
Kinross Gold Corporation no Vale do Machadinho, considerada a caixa
d'água potável dos 90,000 habitantes de Paracatu.
As cerca de um milhão de toneladas de arsênio que a mineradora
canadense pretende lançar na caixa d'água de Paracatu são suficientes
para matar 10 vezes a população atual do planeta. Segundo dados
publicados pela própria mineradora e escondidos dos relatórios das
agências reguladoras ambientais, com a cumplicidade de autoridades
governamentais brasileiras, a população de Paracatu já está exposta a
uma dose de arsênio 10 vezes acima do considerado tolerável pela OMS.
O arsênio é liberado das rochas da mina de ouro a céu aberto
localizada junto à cidade.
Os efeitos da exposição crônica ao arsênio começam a ser sentidos após
10-20 anos do início da exposição. A mina de ouro a céu aberto de
Paracatu foi inaugurada em 1987 e Paracatu já começa a sentir os
efeitos da contaminação ambiental. Os gastos com saúde subiram 30%. Em
2008, a Kinross iniciou a expansão da mina, contrariando os alertas
constantes da comunidade científica sobre os riscos da contaminação
com arsênio e outras substâncias.
A última etapa da expansão da mina da Kinross em Paracatu é justamente
a construção da nova barragem de rejeitos tóxicos. Estima-se que
milhares morrerão de câncer e outras doenças causadas pela exposição
crônica ao arsênio no ar, nos solos e na água, como doenças
cardiovasculares, renais e endócrinas. Crianças são mais vulneráveis,
porque assimilam mais arsênio que adultos.
A Kinross Gold Corporation é sediada em Toronto, no Canadá. A empresa
pratica "pagamentos facilitadores" a membros dos governos dos países
onde ela atua, visando "facilitar seus negócios". Relatório
independente implicou o presidente da empresa, Tye Burt,
ex-funcionário do Deutsche Bank, em operações financeiras
fraudulentas. A empresa Siemens, também alemã, fabricou e montou o
maior moinho de minério da América Latina, para dar suporte às
operações da mina da Kinross em Paracatu.
A Sociedade dos Povos Ameaçados (GfbV - Gesellschaft für bedrohte
Völker) é uma organização internacional para proteção dos direitos
humanos de minorias étnicas e religiosas. É uma ONG com status de
conselheira junto ao Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC) e
também junto ao parlamento europeu. A sede da GfbV fica em Göttingen,
Alemanha.
Alemães pedem ajuda às Nações Unidas para evitar catástrofe em Paracatu
Por Sergio U. Dani
A Sociedade dos Povos Ameaçados (GfbV), organização internacional de
defesa dos direitos humanos com sede em Göttingen, Alemanha, escreveu
hoje à Organização Mundial da Saúde (OMS) pedindo ajuda do órgão das
Nações Unidas para evitar uma catástrofe sócio-ambiental em Paracatu,
Brasil.
A carta foi uma resposta da GfbV à concessão da licença de instalação
de uma nova barragem de rejeitos tóxicos da transnacional canadense,
Kinross Gold Corporation no Vale do Machadinho, considerada a caixa
d'água potável dos 90,000 habitantes de Paracatu.
As cerca de um milhão de toneladas de arsênio que a mineradora
canadense pretende lançar na caixa d'água de Paracatu são suficientes
para matar 10 vezes a população atual do planeta. Segundo dados
publicados pela própria mineradora e escondidos dos relatórios das
agências reguladoras ambientais, com a cumplicidade de autoridades
governamentais brasileiras, a população de Paracatu já está exposta a
uma dose de arsênio 10 vezes acima do considerado tolerável pela OMS.
O arsênio é liberado das rochas da mina de ouro a céu aberto
localizada junto à cidade.
Os efeitos da exposição crônica ao arsênio começam a ser sentidos após
10-20 anos do início da exposição. A mina de ouro a céu aberto de
Paracatu foi inaugurada em 1987 e Paracatu já começa a sentir os
efeitos da contaminação ambiental. Os gastos com saúde subiram 30%. Em
2008, a Kinross iniciou a expansão da mina, contrariando os alertas
constantes da comunidade científica sobre os riscos da contaminação
com arsênio e outras substâncias.
A última etapa da expansão da mina da Kinross em Paracatu é justamente
a construção da nova barragem de rejeitos tóxicos. Estima-se que
milhares morrerão de câncer e outras doenças causadas pela exposição
crônica ao arsênio no ar, nos solos e na água, como doenças
cardiovasculares, renais e endócrinas. Crianças são mais vulneráveis,
porque assimilam mais arsênio que adultos.
A Kinross Gold Corporation é sediada em Toronto, no Canadá. A empresa
pratica "pagamentos facilitadores" a membros dos governos dos países
onde ela atua, visando "facilitar seus negócios". Relatório
independente implicou o presidente da empresa, Tye Burt,
ex-funcionário do Deutsche Bank, em operações financeiras
fraudulentas. A empresa Siemens, também alemã, fabricou e montou o
maior moinho de minério da América Latina, para dar suporte às
operações da mina da Kinross em Paracatu.
A Sociedade dos Povos Ameaçados (GfbV - Gesellschaft für bedrohte
Völker) é uma organização internacional para proteção dos direitos
humanos de minorias étnicas e religiosas. É uma ONG com status de
conselheira junto ao Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC) e
também junto ao parlamento europeu. A sede da GfbV fica em Göttingen,
Alemanha.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
ORAÇÃO DE SANTO ARSÊNIO
ORAÇÃO DE SANTO ARSÊNIO
Santo Arsênio, Glorioso Padroeiro de Paracatu, Poderoso Mantenedor da Contaminação, baixai sobre nós a poeira tóxica e aliviai nossa sede com águas suspeitas, infundí sua bioacumulativa presença na cadeia alimentar. Santo! Santo! Santo! Dai-nos mãos cheias de angiossarcoma do fígado, agraciai-nos com a neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão, fartai-nos com neoplasias malignas da pele. Manifeste-se aos nossos olhos com blefarite, conjuntivite e queratite. Conceda-nos a migalha de uma leucodermia, de uma simples ceratose, uma bronquilite obliterante ou um enfisema crônico. Santo! Santo! Santo senhor do tempo, gravai na pedra arsenopirita o nome dos que votaram a favor da nova barragem de rejeitos tóxicos. Rogamos por sua biomagnificância ! Tomai conta das nossas vidas e livrai-nos da sáude. Amém
Sinal vermelho: Tirania legalizada domina o COPAM
Sinal vermelho: Tirania legalizada domina o COPAM
Por Sergio U. Dani (*)
A sessão do COPAM do dia 21 passado, quando se decidiu sobre o
envenenamento e a morte de milhares de paracatuenses, aconteceu em
Unaí, cidade distante 100 km de Paracatu.
A RPM/Kinross Gold Corporation levou um ônibus com pessoas que se
manifestaram a favor do projeto da nova barragem de rejeitos tóxicos
no Vale do Machadinho. Dos mais de 20 pronunciamentos da platéia, o
único contrário à licença foi a manifestação do vereador e médico
Romualdo Ulhoa. Os demais, incluindo uma quilombola, foram
veementemente à favor da barragem. Afonso Aroeira, presidente do
Comitê da Bacia do Paracatu, foi até o microfone defender a mineradora
transnacional.
Durante mais de 4 horas desta reunião realizada sob a luz vermelha da
tirania legalizada, o promotor Mauro Ellovitch foi o único conselheiro
do COPAM que dabateu e se manifestou contrário à licença de instalação
da barragem. O Promotor foi ferozmente atacado por outros conselheiros
e pelos representantes da empresa.
Os únicos membros do COPAM que acompanharam o promotor e votaram com
coragem pelo indeferimento da licença foram o tenente Luis Carlos
Pereira, representante da Polícia Ambiental, e o engenheiro Ernane
Faria, do Comitê da Bacia do Urucuia. Esses foram os únicos que
defenderam a legalidade e posicionaram-se expressamente contrários aos
outros 13 conselheiros.
Entre os 13 que votaram a favor da barragem de rejeitos tóxicos,
estavam o representante da ONG Movimento Verde de Paracatu, Antônio
Eustáquio Vieira, o "Tonhão"; o presidente do Sindicato dos Produtores
Rurais de Paracatu, José Queiroz e os representantes da Federação dos
Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais, Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, entidades civis
representativas de categorias de profissionais liberais ligadas à
proteção do Meio Ambiente, Prefeitura Municipal de Paracatu,
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e mais
um ilustre desconhecido, um certo André Luiz Torres, que votou na
qualidade de "cientista, tecnólogo, pesquisador ou pessoa de notório
saber, reconhecidamente dedicado às atividades de preservação do meio
ambiente e à melhoria da qualidade de vida."
Ninguém das Comunidades dos Amaros, São Domingos, Machadinho ou
Bandeirinhas foi à reunião. Parecia que o Ministério Público queria,
sozinho, defender os direitos da sociedade paracatuense, enquanto esta
não queria ser defendida.
A ausência das milhares de vítimas do empreendimento nesta reunião que
decidiu sobre a sua morte é sinal clássico da tirania do poder
econômico sobre uma população pobre, injustiçada e desamparada. E a
defesa enfática dos poucos que ganharam ou esperam ganhar algum
pagamento facilitador da RPM/Kinross é sinal clássico da estultícia e
da corrupção que tornam fácil o exercício da tirania.
A defesa da legalidade, pelos representantes do MP, da Polícia
Ambiental e do Comitê da Bacia do Urucuia, e a denúncia que o
representante do MP fez da violação da Constituição e do ordenamento
jurídico não impediram a aprovação e concessão da licença de
instalação da barragem por um punhado de pessoas e interesses
particulares legalizados pelo estado.
Ao exercício da tirania pertencem sempre dois: o executor e o
permissor. No teatro da tirania, o permissor é reduzido a um punhado,
como medida de eficiência, baseado na constatação de que no sistema há
sempre uma maioria que é fraca ou omissa e os que se vendem por muito,
por pouco, e por muito pouco.
(*) De Göttingen, Alemanha, em 24 de agosto de 2009.
-----------------------
Anexo: Lista de conselheiros que participaram da votação na 25ª URC COPAM
I - Conselheiros que foram contra o pedido de envenenamento e morte de
milhares de paracatuenses pela barragem da RPM/Kinross Gold
Corporation:
Representante da Procuradoria-Geral de Justiça - PGJ:
MAURO DA FONSECA ELLOVITCH - TITULAR
Representante da Polícia Militar de Minas Gerais - PMMG:
1º Tenente LUIS CARLOS PEREIRA - 1º SUPLENTE
Representante do Comitê de Bacia Hidrográfica, constituído e
operacional, e situado, majoritariamente, na área de abrangência da
URC:
ERNANE FARIA - TITULAR - CBHs
II - Conselheiros que foram a favor do pedido da RPM/Kinross Gold Corporation:
Representante do Conselho Municipal de Meio Ambiente, por sua
representação não-governamental:
JOSÉ QUEIROZ DA SILVA - TITULAR - CODEMA
Representantes da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG:
BRUNO VIANA DE CASTRO - 2º SUPLENTE
Representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado
de Minas Gerais - FETAEMG:
VALDECI EVANGELISTA FARIA CORREIA - 2º SUPLENTE
Representante da Federação das Associações Comerciais, Industriais,
Agropecuárias e de Serviços do Estado de Minas Gerais - FEDERAMINAS:
LEANDRO ROCHA MIRANDA - TITULAR
Representante do Departamento Nacional de Produção Mineral - 3p
Distrito/MG - DNPM:
PATRÍCIA ALVES JUNQUEIRA - TITULAR
Representante da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e
Política Urbana - SEDRU:
OSWALDO ABSAI DE FREITAS - 1º SUPLENTE
Representante da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico - SEDE:
SÔNIA MARIA UCHOA - 1º SUPLENTE
Representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável - SEMAD:
DANIEL MEDEIROS DE SOUZA - 2º SUPLENTE
Representante de entidades civis representativas de categorias de
profissionais liberais ligadas à proteção do Meio Ambiente:
PAULO ARTHUR CHAIM SABONGE - 1º SUPLENTE - AEAPA
Representantes de organizações não-governamentais legalmente
constituídas para a proteção, conservação e melhoria do meio ambiente,
incluídas no Cadastro Estadual de Entidades Ambientalistas - CEEA :
ANTÔNIO EUSTÁQUIO VIEIRA - TITULAR - MOVER
Representante da Prefeitura Municipal situada na área de abrangência da URC:
ALCIDES RIBEIRO DOS SANTOS - 2º SUPLENTE
Representante da comunidade científica: cientista, tecnólogo,
pesquisador ou pessoa de notório saber, reconhecidamente dedicada às
atividades de preservação do meio ambiente e à melhoria da qualidade
de vida:
ANDRÉ LUIZ TORRES - 1º SUPLENTE - FACTU
Representante da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento - SEAPA:
WALTER ASSUNÇÃO DE A. FILHO - 2º SUPLENTE
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Prefeito perna-curta
Por Sergio U. Dani
Mentiras têm pernas curtas. Iguais às do prefeito Vasquinho. Atolado no
fracasso da própria incompetência e ganância, usou dinheiro público e
pessoas ingênuas para se reeleger, e agora precisa vomitar o que não
conseguiu engolir. Mas Vasquinho parece não se importar. Ele nem acha que
errou ou foi culpado de nada. A culpa, para o prefeito Vasquinho, deve ter
sido de Deus, então que Ele pague a conta.
Nesta sexta-feira, o prefeito Vasquinho anunciou a demissão da primeira leva
de 97 funcionários da prefeitura de Paracatu-MG. Em clima de choro e ranger
de dentes, como de costume, avisou que os 120 milhões de reais de
faturamento da prefeitura são muito pouco dinheiro para cuidar da cidade de
90 mil habitantes e seus cidadãos doentes. Talvez sem querer ou sem
perceber, ele admitiu que os serviços de Hemodiálise e UTI para tratar dos
moribundos têm sobrecarregado os cofres públicos. Então ele decidiu cortar
na carne que o elegeu. Essa foi a solução que ele encontrou.
A verdade é que os maus políticos e os maus gestores têm pernas curtas. Eles
quebram rapidamente a economia do povo com sua falta de visão e a sua má
gestão. Em Paracatu, eles são cúmplices de um genocídio, eles são cúmplices
do envenenamento da cidade pela mineração de ouro a céu aberto, desde 1987.
Genocídio é a matança em massa ou escravização de pessoas pelo lucro,
política ou ideologia.
Mas as mentiras têm pernas curtas e a verdade vem a galope. A cidade,
envenenada pelo arsênio da mina de ouro da transnacional canadense Kinross
Gold Corporation, começa a apresentar a conta do erro e das mentiras. A
verdade é que as doenças estão aumentando, os doentes estão morrendo. Não há
dinheiro no mundo que pague as perdas e danos causados pela falta de visão,
pela má-gestão, pelos maus políticos e suas más-decisões.
Os gastos com saúde em Paracatu aumentaram 30% nesta gestão, a “gestão da
expansão da Kinross”, da expansão do problemão. Em 2009, a folha de
pagamentos da prefeitura ultrapassou 56% da receita arrecadada. Por três
vezes, o Tribunal de Contas de Minas Gerais chamou a atenção do prefeito. O
prefeito Vasquinho, que gozava de um salário de 16 mil reais, maior que o do
governador do estado e que o do presidente da república, foi obrigado pelo
Ministério Público a devolver o dinheiro e a contentar-se com 9 mil.
A crise da saúde deságua nas crises política, financeira e administrativa,
tudo fruto de pura incompetência e das mentiras. O “V” da vergonha. O “V”
das pernas curtas viradas pra cima. E no final, o prefeito-vergonha, o
prefeito-perna-curta vem dizer que a culpa é de Deus. Que Deus lhe pague! Ou
será a diabada?
--
Sergio Ulhoa Dani
Tel. 00(XX)49 15-226-453-423
srgdani@gmail.com
Orquestra macabra
21 de agosto de 2009
Orquestra macabra
Por Marina Neiva Batista, advogada
Estive presente na reunião de hoje, do COPAM, em Unaí, que julgou o pedido
de licença para a construção de uma gigantesca barragem de lixo tóxico da
mineradora transnacional canadense RPM/Kinross Gold Corporation na caixa
d'água de Paracatu.
Com 13 votos a favor e apenas 3 votos contra, a licença foi concedida. Os
três votos contra foram de um promotor público, um tenente da Polícia
Militar e um engenheiro ambiental. O representante da ONG Movimento Verde de
Paracatu, Sr. Antônio Eustáquio Vieira, o "Tonhão", votou a favor da
licença.
A licença foi aprovada em nome do princípio constitucional da razoabilidade,
conforme orquestraram repetidas vezes durante a reunião os defensores do
projeto da transnacional Kinross.
O princípio da razoabilidade foi usado sem nenhuma razoabilidade para
permitir a expulsão (com "compensação") de seis proprietários remanescentes
do lugar condenado a desaparecer sob a lama. Afinal, diziam os defensores da
transnacional, serão apenas seis que não farão diferença alguma agora, ante
a maioria esmagadora que teve que ceder à pressão da transnacional para
sumir da área. Comunidades quilombolas? Para a Kinross, isso não é mais um
problema. A transnacional cuidou para que elas desaparecessem dali.
Sobre o milhão de toneladas de arsênio que serão despejados na caixa d'água
de Paracatu, nenhuma palavra. Isso é tabu. Não se enquadra no princípio de
razoabilidade da Kinross e seus defensores.
Orquestra macabra
Por Marina Neiva Batista, advogada
Estive presente na reunião de hoje, do COPAM, em Unaí, que julgou o pedido
de licença para a construção de uma gigantesca barragem de lixo tóxico da
mineradora transnacional canadense RPM/Kinross Gold Corporation na caixa
d'água de Paracatu.
Com 13 votos a favor e apenas 3 votos contra, a licença foi concedida. Os
três votos contra foram de um promotor público, um tenente da Polícia
Militar e um engenheiro ambiental. O representante da ONG Movimento Verde de
Paracatu, Sr. Antônio Eustáquio Vieira, o "Tonhão", votou a favor da
licença.
A licença foi aprovada em nome do princípio constitucional da razoabilidade,
conforme orquestraram repetidas vezes durante a reunião os defensores do
projeto da transnacional Kinross.
O princípio da razoabilidade foi usado sem nenhuma razoabilidade para
permitir a expulsão (com "compensação") de seis proprietários remanescentes
do lugar condenado a desaparecer sob a lama. Afinal, diziam os defensores da
transnacional, serão apenas seis que não farão diferença alguma agora, ante
a maioria esmagadora que teve que ceder à pressão da transnacional para
sumir da área. Comunidades quilombolas? Para a Kinross, isso não é mais um
problema. A transnacional cuidou para que elas desaparecessem dali.
Sobre o milhão de toneladas de arsênio que serão despejados na caixa d'água
de Paracatu, nenhuma palavra. Isso é tabu. Não se enquadra no princípio de
razoabilidade da Kinross e seus defensores.
A SUTIL ARTE DO MAU CARATISMO
Por Sandro Neiva
A passividade febril e o flagelo do desamparo fazem com que camponeses e quilombolas se tornem presas fáceis da canalhice fundiária, forçados a vender sua dignidade e sua cultura, coagidos a ajoelhar-se por meia dúzia de violões, sanfonas, pandeiros e atabaques
Apesar de todas as maquiagens e cacarejos governamentais, os remanescentes de quilombos que vivem em Paracatu continuam por aí, espremidos, amontoados, asfixiados e mergulhados na solidão dessa forma crônica de colonialismo. Não passam de meros acidentes no caminho da lúgubre e iminente nova barragem de estrumes tóxicos da RPM/Kinross.
O triste legado para as gerações futuras é de que ali no Vale do Machadinho, gênese de nossas mais límpidas águas - onde um dia existiram índios, aldeias, tribos, vasto cerrado, exuberante fauna e um aglomerado de negros que conseguiram driblar a escravidão e escapar dos criminosos portugueses - uma corporação estrangeira pretende erigir uma latrina para despejar suas fezes químicas sobre 1.400 hectarers de rica vegetação e culturas seculares.
No passado, o explorador branco substituía por boiadas as tribos que encontrava em seu caminho. Matando e escravizando o índio, o colonizador português exterminou toda uma nação. O genocídio transnacional parece não ter fim.
Também não é de hoje que sociólogos, antropólogos, ambientalistas, bispos, prefeitos, presidentes da república, filósofos de turno, jornalistas e outros cabotinos da mediana inteligência estão fazendo a mesma retórica e dizendo as mesmas obviedades sobre os direitos das populações tradicionais, sem contudo, conseguirem mudar absolutamente nada.
Um olhar mais atento revela um quê de atraso, alienação e miserabilidade latente. A passividade febril e o flagelo do desamparo fazem com que os camponeses e quilombolas se tornem presas fáceis da canalhice fundiária, forçados a vender sua dignidade e sua cultura, coagidos a ajoelhar-se por meia dúzia de violões, sanfonas, pandeiros e atabaques.
Nossa passividade também é sem igual. Deveríamos exigir muito mais pelo saque às nossas nossas riquezas e nossa saúde. Poderíamos, por exemplo, ter um Louvre tupiniquim às margens do Córrego Rico e estátuas em ouro puro para prestar homenagem à negra mais bela e ao primeiro garimpeiro que surgiu por estas paragens. Mas não. Preferimos mergulhar no mau caratismo sutil, nas doses de Paracatulina, nas abomináveis novelas globais, na rivalidade entre Cruzeiro & Atlético, nas feijoadas com orelhas e rabo de porco, na mesmice das exposições agropecuárias e nas apresentações do pároco-pop do momento.
Sandro Neiva é jornalista
domingo, 23 de agosto de 2009
“Sí a la Vida. No a Pascua Lama”
miércoles 19 de agosto de 2009
Pascua Lama: territorio Barrick Gold en el seno de nuestra América Latina;
* *18-08-09 *Por Virginia Toledo López;*
*Pascua Lama es el nombre del proyecto de megaminería ubicado en las
entrañas de la cordillera de los Andes justo en el límite que separa
Argentina de Chile, a la altura de la provincia de San Juan. Este territorio
corresponde formalmente a la transnacional canadiense Barrick Gold Corp.,
gracias al Tratado de Integración y Complementación Mineras, firmado por los
presidentes Eduardo Frei Ruiz Tagle y Carlos S. Menem en el año 2000. Por
medio de ese tratado binacional, se permite la creación de “países
virtuales”, denominados como “área de operaciones”, en donde la soberanía de
Chile y Argentina se ve profundamente restringida en favor de las empresas
adjudicatarias.Es por ello que se puede decir que entre nuestros países
emerge un “territorio Barrik Gold”.*
*Pascua Lama é o nome de um mega projeto de mineração localizado nas
entranhas da cordilheira dos Andes, bem na fronteira que separa a Argentina
do Chile, na altura da província de San Juan. Este território corresponde
formalmente à transnacional canadense Barrick Gold Corp, graças ao Tratado
de Integração e Complementação Mineiras, assinado pelos presidentes Eduardo
Frei Ruiz Tagle e Carlos S. Menem, em 2000. Através deste tratado bilateral,
permite-se a criação de "países virtuais", referidos como "área de
operações", onde a soberania do Chile e da Argentina está profundamente
constrangida em favor das empresas adjudicatárias. É por isso que nós
podemos dizer que entre nossos países emerge um "território Barrik Gold."*
*Pascua Lama is the name of the **megamining **project located in the
entrails of the Andes Mountains just at the frontiers between Argentina and
Chile in the province of San Juan. This territory belongs formally to
the **Canadian **transnational Barrick Gold Corp., thanks to the Mining Integration and
Complementation **Agreement **signed by the presidents Eduardo Frei Ruiz
Tagle and Carlos S. Menem in the year 2000. By means of this binational
agreement, "virtual countries" are allowed to be created under the excuse of
"operations areas" in which the sovereignty of Chile and Argentina turns out
to be deeply restricted in favor of the adjudicatory companies. That is the
reason to say that a "Barrik Gold territory" has emerged between our
countries.*
Pascua Lama es el nombre del proyecto de megaminería (1) ubicado en las
entrañas de la cordillera de los Andes, a 5.500 metros sobre el nivel del
mar, justo en el límite que separa Argentina de Chile, a la altura de la
provincia de San Juan. Este territorio corresponde formalmente a la
transnacional canadiense Barrick Gold Corp., gracias al Tratado de
Integración y Complementación Mineras, firmado el 29 de diciembre de 1997
por los presidentes Eduardo Frei Ruiz Tagle y Carlos S. Menem y promulgado
el 20 de diciembre de 2000. Por medio de ese tratado binacional, se permite
la creación de “países virtuales”, denominados como “área de operaciones”,
en donde la soberanía de Chile y Argentina se ve profundamente restringida
en favor de las empresas adjudicatarias. (2) Es por ello que se puede decir
que entre nuestros países emerge un “territorio Barrik Gold”.
Tanto en Chile como en la Argentina la minería es una actividad económica
ampliamente promocionada por el Estado, pese a ser de las más contaminantes
y de las que mayores perjuicios genera en las comunidades locales. Ya
durante las dictaduras en ambos países pero fundamentalmente a partir de la
década de los noventa, y a instancias de los organismos internacionales de
crédito (como el Banco Mundial), surgen una serie de leyes destinadas a
otorgar grandes beneficios a las inversiones extranjeras en los sectores
mineros chilenos y argentinos (3). Es así que la minería de gran escala y
transnacional comienza a difundirse en el Cono Sur de la mano de gobiernos
neoliberales, perdurando hasta nuestros días.
Del lado chileno, el Valle del Huasco es la región más afectada por Pascua
Lama. Este Valle, situado en la región de Atacama, es la última barrera
fértil antes del desierto en el norte chileno. Pese a que allí las lluvias
son poco frecuentes, la gran altura cordillerana permite la existencia de
glaciares que aseguran un caudal permanente al río Huasco y sus afluentes,
garantizando el equilibrio hídrico del valle. Salvo por Vallenar, la ciudad
más importante de la región ubicada sobre la costa, el Valle está conformado
por una serie de comunas pequeñas. La agricultura de pequeña escala y
campesina es la actividad que ocupa la mayor cantidad de superficie,
empleando además a una gran cantidad de personas. Como dato adicional, en la
zona rural de Alto del Carmen, la más directamente afectada por el proyecto
minero, se encuentra la Comunidad Agrícola de Huascoaltina, de ascendencia
diaguita.
*El inicio del conflicto: la Barrick irrumpe en la tranquilidad del Valle
(4)*
La Barrick llegó a Chile en 1994, tras haber adquirido tres yacimientos
mineros en el norte del país. Desde ese momento, y aprovechando sus diversos
vínculos con el sector público (con altos funcionarios de Chile, Argentina,
Estados Unidos y Canadá), la empresa inició una serie de maniobras
tendientes a lograr la firma del tratado minero entre Chile y Argentina.
En el año 2000 la empresa promovió reuniones informativas con el fin de
presentar a la comunidad las “bondades” de su proyecto; buscando dar, al
mismo tiempo, un carácter “participativo” a la iniciativa. Allí la comunidad
conoció algunos detalles del emprendimiento y pudo revisar el Estudio de
Impacto Ambiental (EIA). Para sorpresa de los agricultores, el EIA pasaba
por alto la existencia de glaciares en la zona (el yacimiento minero se
encontraba justo debajo de tres glaciares que dan agua al río Huasco y que
no eran mencionados!). Ante la denuncia de los vecinos, las autoridades,
proclives al emprendimiento minero, se vieron obligadas a solicitar un Plan
de Manejo de Glaciares, lo que no les impidió aprobar el proyecto sin mayor
remordimiento. La empresa, siguiendo los consejos de las autoridades,
presentó un Plan de Manejo que contemplaba trasladar las 10 hectáreas de
glaciares (!). Todo ello, rasonablemente, causo gran consternación a la
comunidad.
Así, los habitantes del Valle se organizaron, animados por miembros de la
comunidad religiosa del lugar. Comenzaron a movilizarse, a formarse y a
informar sobre las implicancias del proyecto megaminero. Las consignas “Sí a
la Vida. No a Pascua Lama” y “Fuera Barrick!” se difundieron en la zona.
Empezaron a sumarse personas de otras regiones, creando organizaciones para
ayudar a difundir la lucha a favor del agua y la vida. Tal fue el caso del
acompañamiento del Observatorio Latinoamericano de Conflictos Ambientales
(OLCA) y de la creación de Colectivos contra Pascua Lama en Santiago de
Chile (ubicado a 12 hs. del Valle), como el Colectivo Rexistencia,
conformado por estudiantes universitarios de la capital. La resistencia
comunitaria cobraba un fuerte impulso...
A fines del año 2004 la minera salió del silencio en el que había
permanecido y solicitó al gobierno la ampliación de la zona de explotación.
Así, presentaron por segunda vez el EIA junto al Plan de Manejo de
Glaciares. El conflicto llegó al punto máximo de movilización social y
traspasó las fronteras no sólo del Valle, sino también del país. La cuestión
de los glaciares captó la atención de ambientalistas, científicos,
documentalistas y políticos de todo el mundo.
Este escenario convenció a la empresa de la necesidad de desarrollar una
estrategia orientada a desarticular la fuerte oposición popular. Por
ejemplo, la Barrick ofreció a los 9 directivos de la Junta de Regantes
(organización que aglutina a más de 2 mil agricultores de la zona), una
“donación” de 60 millones de dólares (3 millones mensuales durante 20 años)
a fin de realizar “investigaciones conjuntas”, al tiempo que desplegaba una
fuerte ofensiva comunicacional difundiendo el slogan “Minería Responsable”.
En el 2006 los gobiernos de ambos países aprobaron el proyecto de Pascua
Lama (Chile en febrero y Argentina hacia fines de ese año).
Pese a este golpe, la comunidad se mantuvo en pié, denunciando la falta de
definición de múltiples puntos del proyecto, reforzada por la creciente
internacionalización de la lucha (a las movilizaciones en Argentina se
sumaban grupos ecologistas de Canadá). Además, en Santiago nacía una nueva
organización de apoyo: la Coordinadora contra Pascua Lama, la que aglutinó a
la mayoría de las voces contrarias a la aprobación. También ayudó a
reactivar la lucha en el Valle el despido masivo de trabajadores de la
Barrick, sumado a denuncias por fraude.
Durante todo el 2007 y el 2008 se realizaron acciones que daban visibilidad
a la causa y radicalizaban el conflicto (entre ellas se destacan el corte
del cruce Chollay Conay, exposiciones en el Congreso Nacional, apelación a
tribunales extranjeros, campañas internacionales contra Barrick Gold y
múltiples trabajos de difusión).
*La Barrick dobla la apuesta (5)*
En el marco de su estrategia de lavado de imagen, Barrick ha impulsado una
alianza con “los buenos de Chile”, es decir, con actores que gozan de cierta
legitimidad social a raíz de una trayectoria de beneficencia. A fines del
año pasado se difundió la iniciativa Compromiso Atacama entre la Barrick,
Teletón, (6) Un Techo para Chile (7) y América Solidaria (8), promocionado
como una alianza para “ayudar el desarrollo de la región”.
Esta gran embestida mediática, sumada a otras acciones directamente
dirigidas a los vecinos del Valle (como la entrega de notebooks a los niños
en las escuelas, de ambulancias en los hospitales, el financiamiento de
fiestas tradicionales y de microemprendimientos, las becas, las mejoras en
escuelas y clubes... y demás “dulces” regalados por la empresa para la
aceptación de su proyecto contaminante), han demostrado la profunda
desigualdad que tienen los actores en conflicto.
Frente a una política de repartición migajas para la sociedad, de cooptación
de líderes, personalidades y organizaciones sociales, y de connivencia con
los distintos niveles de gobierno, se alza un grupo de gente sin más
recursos que la convicción en la defensa del territorio... su vida; seguros
de que sus mayores riquezas son la Tierra y el Agua, fuentes de todo lo
demás.
*Los impactos en el Valle*
Pascua Lama destruiría no sólo la sustentabilidad del Valle, sino que
significaría un fuerte quebranto a las formas de vida que allí se
desarrollan. El tipo de actividad que generaría la mina podría denominarse
como un emprendimiento “de enclave”, es decir, sin mayor vinculación con la
actividad productiva local y cuyos beneficios son para el extranjero. La
mayoría del empleo se crea mediante contratistas, al mismo tiempo que las
profundas alteraciones ambientales provocadas ponen en riesgo la mayor
actividad productiva de la región: la agricultura.
Además, a los impactos generados por el yacimiento se agregan los producidos
por la creación de una Central Termoeléctrica ubicada en la región de Alto
del Carmen, las líneas de transmisión eléctrica hasta el yacimiento minero y
un centro de acopio de materiales peligrosos.
Por lo pronto, la intervención de la Barrick ya ha generado fuertes
impactos: múltiples organizaciones territoriales se hayan divididas o en
situación de conflicto interno por la recepción o no de patrocinios de la
minería; el emprendimiento ha cerrado pasos en la cordillera afectando a
criadores de la región; las promesas incumplidas de trabajo, la adjudicación
y cierre de la estancia Chollay reclamada por los diaguitas como territorio
depositario de parte de su patrimonio arqueológico y cultural, son algunos
ejemplos. A éstos se agregan aquellos generados por el funcionamiento pleno
de la mina.
La Barrick ya ha quebrado la tranquilidad del Valle. Ha introducido nuevas
necesidades en las comunidades vinculadas a una economía de consumo, antes
desconocidas por las familias agricultoras, pervirtiendo los tradicionales
vínculos comunitarios y con la Naturaleza. Y, sobre todo, amenaza el
equilibrio ecológico del lugar.
Estos grandes emprendimientos mineros se caracterizan por extraer una gran
cantidad de minerales en yacimientos “a cielo abierto” de gran tamaño, para
lo cual requieren una amplia utilización de energía y un alarmante consumo
de agua. Gracias a la utilización de fuertes explosivos, se genera un
inmenso cráter artificial en donde antes estaba la montaña. Los desechos,
como las rocas trituradas y el polvo, pueden ser arrastrados lejos del
ámbito de la mina por el viento. Pero el mayor peligro deviene de la
utilización de cianuro y otros tóxicos para licuar la montaña y extraer los
metales preciosos. Ese cianuro, una vez juntado el oro, es veneno que queda
en el ambiente dando vueltas, contaminando el agua y la tierra.
Sin dudas, la mega minería es la actividad industrial más agresiva tanto en
lo ambiental, social y cultural. Y si se considera el perjuicio que genera a
las economías familiares, al socavar la fuente de su tradicional actividad
productiva, podemos decir que tampoco es sustentable en términos económicos.
El oro se va, en manos extranjeras, mientras el agua, fuente de vida, es
contaminada y los glaciares, principales reservorios de agua dulce, son
diezmados. En palabras de Camila, ambientalista de la región, “si el agua se
contamina, terminan con las actividades tradicionales y productivas del
valle... en el fondo ahí se afirma todo lo que es el valle: su identidad, su
cultura, su forma de ver el tiempo... todo”.
*Las últimas noticias*
Que nuestros gobiernos continúan fomentando la megaminería no es noticia.
Sólo basta ver las continuas referencias positivas para con la actividad,
enunciadas desde los más altos niveles de gobierno (tanto en Chile como en
Argentina). El reciente veto a la ley de protección de glaciares por parte
de Cristina Fernández de Kirchner, denominado “veto Barrick”, no ha sido más
que la triste corroboración de ello.
Pero hay novedades en el frente: los máximos directivos de Barrick se
reunieron el 15 de abril pasado con la presidente argentina, y seguidamente,
el 25 de abril, con la presidente chilena, Michelle Bachelet. Por supuesto y
como es de costumbre con estas empresas, ambas reuniones fueron a puertas
cerradas y sin declaraciones a la prensa. No obstante, gracias a un
comunicado emitido desde las oficinas de la empresa en la provincia de San
Juan, se conoció que se habría alcanzado un acuerdo en el tema tributario,
lo que había sido hasta el momento la principal traba burocrática a Pascua
Lama. De este modo, el proyecto iniciaba la recta final, programando iniciar
formalmente los trabajos de la mina en septiembre.
Sin embargo, aun hay palos en los afanes de la empresa, pues la Dirección
General de Aguas (DGA) de Atacama condicionó el comienzo de las obras de
construcción a la aprobación del modelo hidrogeológico, completo, del
proyecto, que aún se encuentra en estudio, al igual que dos embalses
propuestos por la empresa. Así, todavía le quedan permisos al
emprendimiento.
Las comunidades siguen firmes en sus reclamos. Desde las organizaciones y
asambleas se reafirma: “el agua vale más que el oro”. Frase que sintetiza
una visión de mundo que prioriza la Naturaleza a los réditos económicos en
el corto plazo. Sin dudas, es necesario ahora más que nunca que aunemos
nuestros esfuerzos para continuar la lucha contra el saqueo. Contra
aquell@sque solo ven en la Tierra negocios para hacer.
Este texto puede considerarse como un llamado la defensa de nuestros
territorios y como una invitación a ser solidarios y a estar atentos. A ser
solidarios con la lucha levantada en la cordillera en defensa de la Tierra y
el Agua, nuestros bienes comunes y el legado para los que vendrán. Se
ciernen momentos definitorios en la lucha contra Pascua Lama, que
determinarán el destino del último valle fértil en el norte chileno y es
imprescindible que estemos para defenderlo.
Al mismo tiempo, es una invitación a estar atent@s porque Pascua Lama es una
muestra más del saqueo que se está llevando a cabo en nuestras tierras en
beneficio de los grandes capitales extranjeros y con el visto bueno de
muchos gobiernos latinoamericanos. Desafortunadamente, la minería está
avanzando: este emprendimiento es sólo uno de los proyectados en nuestros
países. Pascua Lama es una de las tantas batallas por suceder.
www.ecoportal.net
*Virginia Toledo López* es Lic. en Relaciones Internacionales. Doctoranda en
Cs. Sociales de la UBA.
Se agradece enormemente las charlas tenidas con Javier Karmy, Camila
Bardehle y Constanza San Juan, así como también el obsequio del libro
“Pascua Lama: conflicto armado a nuestras espaldas”, sin los cuales esta
nota no hubiese sido posible.
*Notas:*
(1) Proyecto mineros de gran escala. Pascua Lama es el primer proyecto
minero binacional del planeta, destinado a extraer oro (minería aurífera),
pero también plata, cobre y otros metales de difícil estimación. Se proyecta
extraer de esta mina aproximadamente 17 millones de onzas de oro, 689
millones de onzas de plata y 562 millones de libras de cobre. La producción
se estima en 600 mil onzas anuales de oro y 23 millones de onzas anuales de
plata. “En 2013 Pascua Lama producirá su primera barra de doré”, en Portal
Minero, 23 de Julio de 2009 disponible en http://www.portalminero.com.
(2) El tratado tiene por objetivo permitir a los inversionistas de ambos
países la exploración y explotación de los recursos mineros existentes en
zonas cordilleranas sin ningún tipo de restricciones. Mediante el tratado se
crea una Comisión Administradora, financiada por corporaciones mineras, con
la facultad para disponer y decidir sobre el territorio comprendido en el
area de operaciones. Asimismo, la Comision redactaría un Reglamento Interno
que normaría el uso de ese espacio.
(3) En Chile, la Ley 18.097 de Concesiones Mineras y el Código de Minería de
1982 introducen el concepto de concesiones plenas para las mineras,
pervirtiendo el tradicional espíritu nacionalista que había caracterizado la
política hacia el sector; el Estatuto de Inversionista Extranjero de 1983
otorga estabilidad fiscal; la Ley 18.248 suprime el royalty por exportación
y las Leyes 18.985 y 19.137, de los 90, otorgan nuevas ventajas fiscales. En
la Argentina en la década de los 90 se sancionaron leyes tales como la Ley
de Inversiones Mineras (Ley 24.196, de 1993), la de Reordenamiento Minero
(Ley 24.224, de 1993), el Acuerdo Federal Minero (Ley 24.228, de 1993), la
de Actualización Minera (Ley 24.498, de 1995) que generaron un nuevo marco
regulatorio para la actividad minera. Éstos instrumentos legales están
orientados a garantizar: igual trato a capitales nacionales y extranjeros,
otorgándoles por ejemplo el derecho a transferir al exterior todas las
utilidades; estabilidad jurídica de los derechos mineros adquiridos;
protagonismo de la actividad privada en la explotación; liberalización del
régimen de concesiones; aumento de superficies de exploración; libre
comercialización interna y externa; y reducción de los costos de operación.
Asimismo, la Ley de Inversiones Mineras otorga a estas actividades un
conjunto de beneficios fiscales y tributarios (por ejemplo, estabilidad
fiscal por el término de 30 años, beneficios especiales en el Impuesto a las
Ganancias como deducción del 100% de los montos invertidos en gastos varios,
amortizaciones aceleradas para las inversiones de capital a fin de ejecutar
nuevos proyectos o ampliar viejos; exención del pago de derechos a la
importación de cualquier bien o insumo; límite a las regalías provinciales,
que no podrán ser mayores al 3% de lo que declare la minera; etc.). Además,
la Ley 24.402 de 1994, establece el Régimen de Financiamiento y Devolución
del IVA al Sector Minero. Moori M. V. (1999) “Reformas económicas y la
inversión en el sector minero argentino”. CEPAL - Serie Reformas Económicas
No. 50, Santiago de Chile, y Karmy J. y Salinas B. (2008): Pascua Lama:
conflicto armado a nuestras espaldas, Quimantú, Chile.
(4) Los datos que siguen han sido extraídos del libro Karmy J. y Salinas B.
(2008): Op. Cit.
(5) Ibid.
(6) Organización que mediante un programa televisivo recibe donaciones para
beneficencia. La Barrick el año pasado estuvo en el segundo lugar del
ranking de donaciones.
(7) Iniciativa católica para la construcción de viviendas. Esto problematizó
la posición de los clérigos del valle, abiertamente opuestos al
emplazamiento minero.
(8) Institución presidida por Benito Baranda. Hace trabajo social voluntario
en distintos países del continente.
http://www.ecoportal.net/content/view/full/87971/
--
Sergio Ulhoa Dani
Tel. 00(XX)49 15-226-453-423
srgdani@gmail.com
Pascua Lama: territorio Barrick Gold en el seno de nuestra América Latina
* *18-08-09 *Por Virginia Toledo López
*Pascua Lama es el nombre del proyecto de megaminería ubicado en las
entrañas de la cordillera de los Andes justo en el límite que separa
Argentina de Chile, a la altura de la provincia de San Juan. Este territorio
corresponde formalmente a la transnacional canadiense Barrick Gold Corp.,
gracias al Tratado de Integración y Complementación Mineras, firmado por los
presidentes Eduardo Frei Ruiz Tagle y Carlos S. Menem en el año 2000. Por
medio de ese tratado binacional, se permite la creación de “países
virtuales”, denominados como “área de operaciones”, en donde la soberanía de
Chile y Argentina se ve profundamente restringida en favor de las empresas
adjudicatarias.Es por ello que se puede decir que entre nuestros países
emerge un “territorio Barrik Gold”.*
*Pascua Lama é o nome de um mega projeto de mineração localizado nas
entranhas da cordilheira dos Andes, bem na fronteira que separa a Argentina
do Chile, na altura da província de San Juan. Este território corresponde
formalmente à transnacional canadense Barrick Gold Corp, graças ao Tratado
de Integração e Complementação Mineiras, assinado pelos presidentes Eduardo
Frei Ruiz Tagle e Carlos S. Menem, em 2000. Através deste tratado bilateral,
permite-se a criação de "países virtuais", referidos como "área de
operações", onde a soberania do Chile e da Argentina está profundamente
constrangida em favor das empresas adjudicatárias. É por isso que nós
podemos dizer que entre nossos países emerge um "território Barrik Gold."*
*Pascua Lama is the name of the **megamining **project located in the
entrails of the Andes Mountains just at the frontiers between Argentina and
Chile in the province of San Juan. This territory belongs formally to
the **Canadian **transnational Barrick Gold Corp., thanks to the Mining Integration and
Complementation **Agreement **signed by the presidents Eduardo Frei Ruiz
Tagle and Carlos S. Menem in the year 2000. By means of this binational
agreement, "virtual countries" are allowed to be created under the excuse of
"operations areas" in which the sovereignty of Chile and Argentina turns out
to be deeply restricted in favor of the adjudicatory companies. That is the
reason to say that a "Barrik Gold territory" has emerged between our
countries.*
Pascua Lama es el nombre del proyecto de megaminería (1) ubicado en las
entrañas de la cordillera de los Andes, a 5.500 metros sobre el nivel del
mar, justo en el límite que separa Argentina de Chile, a la altura de la
provincia de San Juan. Este territorio corresponde formalmente a la
transnacional canadiense Barrick Gold Corp., gracias al Tratado de
Integración y Complementación Mineras, firmado el 29 de diciembre de 1997
por los presidentes Eduardo Frei Ruiz Tagle y Carlos S. Menem y promulgado
el 20 de diciembre de 2000. Por medio de ese tratado binacional, se permite
la creación de “países virtuales”, denominados como “área de operaciones”,
en donde la soberanía de Chile y Argentina se ve profundamente restringida
en favor de las empresas adjudicatarias. (2) Es por ello que se puede decir
que entre nuestros países emerge un “territorio Barrik Gold”.
Tanto en Chile como en la Argentina la minería es una actividad económica
ampliamente promocionada por el Estado, pese a ser de las más contaminantes
y de las que mayores perjuicios genera en las comunidades locales. Ya
durante las dictaduras en ambos países pero fundamentalmente a partir de la
década de los noventa, y a instancias de los organismos internacionales de
crédito (como el Banco Mundial), surgen una serie de leyes destinadas a
otorgar grandes beneficios a las inversiones extranjeras en los sectores
mineros chilenos y argentinos (3). Es así que la minería de gran escala y
transnacional comienza a difundirse en el Cono Sur de la mano de gobiernos
neoliberales, perdurando hasta nuestros días.
Del lado chileno, el Valle del Huasco es la región más afectada por Pascua
Lama. Este Valle, situado en la región de Atacama, es la última barrera
fértil antes del desierto en el norte chileno. Pese a que allí las lluvias
son poco frecuentes, la gran altura cordillerana permite la existencia de
glaciares que aseguran un caudal permanente al río Huasco y sus afluentes,
garantizando el equilibrio hídrico del valle. Salvo por Vallenar, la ciudad
más importante de la región ubicada sobre la costa, el Valle está conformado
por una serie de comunas pequeñas. La agricultura de pequeña escala y
campesina es la actividad que ocupa la mayor cantidad de superficie,
empleando además a una gran cantidad de personas. Como dato adicional, en la
zona rural de Alto del Carmen, la más directamente afectada por el proyecto
minero, se encuentra la Comunidad Agrícola de Huascoaltina, de ascendencia
diaguita.
*El inicio del conflicto: la Barrick irrumpe en la tranquilidad del Valle
(4)*
La Barrick llegó a Chile en 1994, tras haber adquirido tres yacimientos
mineros en el norte del país. Desde ese momento, y aprovechando sus diversos
vínculos con el sector público (con altos funcionarios de Chile, Argentina,
Estados Unidos y Canadá), la empresa inició una serie de maniobras
tendientes a lograr la firma del tratado minero entre Chile y Argentina.
En el año 2000 la empresa promovió reuniones informativas con el fin de
presentar a la comunidad las “bondades” de su proyecto; buscando dar, al
mismo tiempo, un carácter “participativo” a la iniciativa. Allí la comunidad
conoció algunos detalles del emprendimiento y pudo revisar el Estudio de
Impacto Ambiental (EIA). Para sorpresa de los agricultores, el EIA pasaba
por alto la existencia de glaciares en la zona (el yacimiento minero se
encontraba justo debajo de tres glaciares que dan agua al río Huasco y que
no eran mencionados!). Ante la denuncia de los vecinos, las autoridades,
proclives al emprendimiento minero, se vieron obligadas a solicitar un Plan
de Manejo de Glaciares, lo que no les impidió aprobar el proyecto sin mayor
remordimiento. La empresa, siguiendo los consejos de las autoridades,
presentó un Plan de Manejo que contemplaba trasladar las 10 hectáreas de
glaciares (!). Todo ello, rasonablemente, causo gran consternación a la
comunidad.
Así, los habitantes del Valle se organizaron, animados por miembros de la
comunidad religiosa del lugar. Comenzaron a movilizarse, a formarse y a
informar sobre las implicancias del proyecto megaminero. Las consignas “Sí a
la Vida. No a Pascua Lama” y “Fuera Barrick!” se difundieron en la zona.
Empezaron a sumarse personas de otras regiones, creando organizaciones para
ayudar a difundir la lucha a favor del agua y la vida. Tal fue el caso del
acompañamiento del Observatorio Latinoamericano de Conflictos Ambientales
(OLCA) y de la creación de Colectivos contra Pascua Lama en Santiago de
Chile (ubicado a 12 hs. del Valle), como el Colectivo Rexistencia,
conformado por estudiantes universitarios de la capital. La resistencia
comunitaria cobraba un fuerte impulso...
A fines del año 2004 la minera salió del silencio en el que había
permanecido y solicitó al gobierno la ampliación de la zona de explotación.
Así, presentaron por segunda vez el EIA junto al Plan de Manejo de
Glaciares. El conflicto llegó al punto máximo de movilización social y
traspasó las fronteras no sólo del Valle, sino también del país. La cuestión
de los glaciares captó la atención de ambientalistas, científicos,
documentalistas y políticos de todo el mundo.
Este escenario convenció a la empresa de la necesidad de desarrollar una
estrategia orientada a desarticular la fuerte oposición popular. Por
ejemplo, la Barrick ofreció a los 9 directivos de la Junta de Regantes
(organización que aglutina a más de 2 mil agricultores de la zona), una
“donación” de 60 millones de dólares (3 millones mensuales durante 20 años)
a fin de realizar “investigaciones conjuntas”, al tiempo que desplegaba una
fuerte ofensiva comunicacional difundiendo el slogan “Minería Responsable”.
En el 2006 los gobiernos de ambos países aprobaron el proyecto de Pascua
Lama (Chile en febrero y Argentina hacia fines de ese año).
Pese a este golpe, la comunidad se mantuvo en pié, denunciando la falta de
definición de múltiples puntos del proyecto, reforzada por la creciente
internacionalización de la lucha (a las movilizaciones en Argentina se
sumaban grupos ecologistas de Canadá). Además, en Santiago nacía una nueva
organización de apoyo: la Coordinadora contra Pascua Lama, la que aglutinó a
la mayoría de las voces contrarias a la aprobación. También ayudó a
reactivar la lucha en el Valle el despido masivo de trabajadores de la
Barrick, sumado a denuncias por fraude.
Durante todo el 2007 y el 2008 se realizaron acciones que daban visibilidad
a la causa y radicalizaban el conflicto (entre ellas se destacan el corte
del cruce Chollay Conay, exposiciones en el Congreso Nacional, apelación a
tribunales extranjeros, campañas internacionales contra Barrick Gold y
múltiples trabajos de difusión).
*La Barrick dobla la apuesta (5)*
En el marco de su estrategia de lavado de imagen, Barrick ha impulsado una
alianza con “los buenos de Chile”, es decir, con actores que gozan de cierta
legitimidad social a raíz de una trayectoria de beneficencia. A fines del
año pasado se difundió la iniciativa Compromiso Atacama entre la Barrick,
Teletón, (6) Un Techo para Chile (7) y América Solidaria (8), promocionado
como una alianza para “ayudar el desarrollo de la región”.
Esta gran embestida mediática, sumada a otras acciones directamente
dirigidas a los vecinos del Valle (como la entrega de notebooks a los niños
en las escuelas, de ambulancias en los hospitales, el financiamiento de
fiestas tradicionales y de microemprendimientos, las becas, las mejoras en
escuelas y clubes... y demás “dulces” regalados por la empresa para la
aceptación de su proyecto contaminante), han demostrado la profunda
desigualdad que tienen los actores en conflicto.
Frente a una política de repartición migajas para la sociedad, de cooptación
de líderes, personalidades y organizaciones sociales, y de connivencia con
los distintos niveles de gobierno, se alza un grupo de gente sin más
recursos que la convicción en la defensa del territorio... su vida; seguros
de que sus mayores riquezas son la Tierra y el Agua, fuentes de todo lo
demás.
*Los impactos en el Valle*
Pascua Lama destruiría no sólo la sustentabilidad del Valle, sino que
significaría un fuerte quebranto a las formas de vida que allí se
desarrollan. El tipo de actividad que generaría la mina podría denominarse
como un emprendimiento “de enclave”, es decir, sin mayor vinculación con la
actividad productiva local y cuyos beneficios son para el extranjero. La
mayoría del empleo se crea mediante contratistas, al mismo tiempo que las
profundas alteraciones ambientales provocadas ponen en riesgo la mayor
actividad productiva de la región: la agricultura.
Además, a los impactos generados por el yacimiento se agregan los producidos
por la creación de una Central Termoeléctrica ubicada en la región de Alto
del Carmen, las líneas de transmisión eléctrica hasta el yacimiento minero y
un centro de acopio de materiales peligrosos.
Por lo pronto, la intervención de la Barrick ya ha generado fuertes
impactos: múltiples organizaciones territoriales se hayan divididas o en
situación de conflicto interno por la recepción o no de patrocinios de la
minería; el emprendimiento ha cerrado pasos en la cordillera afectando a
criadores de la región; las promesas incumplidas de trabajo, la adjudicación
y cierre de la estancia Chollay reclamada por los diaguitas como territorio
depositario de parte de su patrimonio arqueológico y cultural, son algunos
ejemplos. A éstos se agregan aquellos generados por el funcionamiento pleno
de la mina.
La Barrick ya ha quebrado la tranquilidad del Valle. Ha introducido nuevas
necesidades en las comunidades vinculadas a una economía de consumo, antes
desconocidas por las familias agricultoras, pervirtiendo los tradicionales
vínculos comunitarios y con la Naturaleza. Y, sobre todo, amenaza el
equilibrio ecológico del lugar.
Estos grandes emprendimientos mineros se caracterizan por extraer una gran
cantidad de minerales en yacimientos “a cielo abierto” de gran tamaño, para
lo cual requieren una amplia utilización de energía y un alarmante consumo
de agua. Gracias a la utilización de fuertes explosivos, se genera un
inmenso cráter artificial en donde antes estaba la montaña. Los desechos,
como las rocas trituradas y el polvo, pueden ser arrastrados lejos del
ámbito de la mina por el viento. Pero el mayor peligro deviene de la
utilización de cianuro y otros tóxicos para licuar la montaña y extraer los
metales preciosos. Ese cianuro, una vez juntado el oro, es veneno que queda
en el ambiente dando vueltas, contaminando el agua y la tierra.
Sin dudas, la mega minería es la actividad industrial más agresiva tanto en
lo ambiental, social y cultural. Y si se considera el perjuicio que genera a
las economías familiares, al socavar la fuente de su tradicional actividad
productiva, podemos decir que tampoco es sustentable en términos económicos.
El oro se va, en manos extranjeras, mientras el agua, fuente de vida, es
contaminada y los glaciares, principales reservorios de agua dulce, son
diezmados. En palabras de Camila, ambientalista de la región, “si el agua se
contamina, terminan con las actividades tradicionales y productivas del
valle... en el fondo ahí se afirma todo lo que es el valle: su identidad, su
cultura, su forma de ver el tiempo... todo”.
*Las últimas noticias*
Que nuestros gobiernos continúan fomentando la megaminería no es noticia.
Sólo basta ver las continuas referencias positivas para con la actividad,
enunciadas desde los más altos niveles de gobierno (tanto en Chile como en
Argentina). El reciente veto a la ley de protección de glaciares por parte
de Cristina Fernández de Kirchner, denominado “veto Barrick”, no ha sido más
que la triste corroboración de ello.
Pero hay novedades en el frente: los máximos directivos de Barrick se
reunieron el 15 de abril pasado con la presidente argentina, y seguidamente,
el 25 de abril, con la presidente chilena, Michelle Bachelet. Por supuesto y
como es de costumbre con estas empresas, ambas reuniones fueron a puertas
cerradas y sin declaraciones a la prensa. No obstante, gracias a un
comunicado emitido desde las oficinas de la empresa en la provincia de San
Juan, se conoció que se habría alcanzado un acuerdo en el tema tributario,
lo que había sido hasta el momento la principal traba burocrática a Pascua
Lama. De este modo, el proyecto iniciaba la recta final, programando iniciar
formalmente los trabajos de la mina en septiembre.
Sin embargo, aun hay palos en los afanes de la empresa, pues la Dirección
General de Aguas (DGA) de Atacama condicionó el comienzo de las obras de
construcción a la aprobación del modelo hidrogeológico, completo, del
proyecto, que aún se encuentra en estudio, al igual que dos embalses
propuestos por la empresa. Así, todavía le quedan permisos al
emprendimiento.
Las comunidades siguen firmes en sus reclamos. Desde las organizaciones y
asambleas se reafirma: “el agua vale más que el oro”. Frase que sintetiza
una visión de mundo que prioriza la Naturaleza a los réditos económicos en
el corto plazo. Sin dudas, es necesario ahora más que nunca que aunemos
nuestros esfuerzos para continuar la lucha contra el saqueo. Contra
aquell@sque solo ven en la Tierra negocios para hacer.
Este texto puede considerarse como un llamado la defensa de nuestros
territorios y como una invitación a ser solidarios y a estar atentos. A ser
solidarios con la lucha levantada en la cordillera en defensa de la Tierra y
el Agua, nuestros bienes comunes y el legado para los que vendrán. Se
ciernen momentos definitorios en la lucha contra Pascua Lama, que
determinarán el destino del último valle fértil en el norte chileno y es
imprescindible que estemos para defenderlo.
Al mismo tiempo, es una invitación a estar atent@s porque Pascua Lama es una
muestra más del saqueo que se está llevando a cabo en nuestras tierras en
beneficio de los grandes capitales extranjeros y con el visto bueno de
muchos gobiernos latinoamericanos. Desafortunadamente, la minería está
avanzando: este emprendimiento es sólo uno de los proyectados en nuestros
países. Pascua Lama es una de las tantas batallas por suceder.
www.ecoportal.net
*Virginia Toledo López* es Lic. en Relaciones Internacionales. Doctoranda en
Cs. Sociales de la UBA.
Se agradece enormemente las charlas tenidas con Javier Karmy, Camila
Bardehle y Constanza San Juan, así como también el obsequio del libro
“Pascua Lama: conflicto armado a nuestras espaldas”, sin los cuales esta
nota no hubiese sido posible.
*Notas:*
(1) Proyecto mineros de gran escala. Pascua Lama es el primer proyecto
minero binacional del planeta, destinado a extraer oro (minería aurífera),
pero también plata, cobre y otros metales de difícil estimación. Se proyecta
extraer de esta mina aproximadamente 17 millones de onzas de oro, 689
millones de onzas de plata y 562 millones de libras de cobre. La producción
se estima en 600 mil onzas anuales de oro y 23 millones de onzas anuales de
plata. “En 2013 Pascua Lama producirá su primera barra de doré”, en Portal
Minero, 23 de Julio de 2009 disponible en http://www.portalminero.com.
(2) El tratado tiene por objetivo permitir a los inversionistas de ambos
países la exploración y explotación de los recursos mineros existentes en
zonas cordilleranas sin ningún tipo de restricciones. Mediante el tratado se
crea una Comisión Administradora, financiada por corporaciones mineras, con
la facultad para disponer y decidir sobre el territorio comprendido en el
area de operaciones. Asimismo, la Comision redactaría un Reglamento Interno
que normaría el uso de ese espacio.
(3) En Chile, la Ley 18.097 de Concesiones Mineras y el Código de Minería de
1982 introducen el concepto de concesiones plenas para las mineras,
pervirtiendo el tradicional espíritu nacionalista que había caracterizado la
política hacia el sector; el Estatuto de Inversionista Extranjero de 1983
otorga estabilidad fiscal; la Ley 18.248 suprime el royalty por exportación
y las Leyes 18.985 y 19.137, de los 90, otorgan nuevas ventajas fiscales. En
la Argentina en la década de los 90 se sancionaron leyes tales como la Ley
de Inversiones Mineras (Ley 24.196, de 1993), la de Reordenamiento Minero
(Ley 24.224, de 1993), el Acuerdo Federal Minero (Ley 24.228, de 1993), la
de Actualización Minera (Ley 24.498, de 1995) que generaron un nuevo marco
regulatorio para la actividad minera. Éstos instrumentos legales están
orientados a garantizar: igual trato a capitales nacionales y extranjeros,
otorgándoles por ejemplo el derecho a transferir al exterior todas las
utilidades; estabilidad jurídica de los derechos mineros adquiridos;
protagonismo de la actividad privada en la explotación; liberalización del
régimen de concesiones; aumento de superficies de exploración; libre
comercialización interna y externa; y reducción de los costos de operación.
Asimismo, la Ley de Inversiones Mineras otorga a estas actividades un
conjunto de beneficios fiscales y tributarios (por ejemplo, estabilidad
fiscal por el término de 30 años, beneficios especiales en el Impuesto a las
Ganancias como deducción del 100% de los montos invertidos en gastos varios,
amortizaciones aceleradas para las inversiones de capital a fin de ejecutar
nuevos proyectos o ampliar viejos; exención del pago de derechos a la
importación de cualquier bien o insumo; límite a las regalías provinciales,
que no podrán ser mayores al 3% de lo que declare la minera; etc.). Además,
la Ley 24.402 de 1994, establece el Régimen de Financiamiento y Devolución
del IVA al Sector Minero. Moori M. V. (1999) “Reformas económicas y la
inversión en el sector minero argentino”. CEPAL - Serie Reformas Económicas
No. 50, Santiago de Chile, y Karmy J. y Salinas B. (2008): Pascua Lama:
conflicto armado a nuestras espaldas, Quimantú, Chile.
(4) Los datos que siguen han sido extraídos del libro Karmy J. y Salinas B.
(2008): Op. Cit.
(5) Ibid.
(6) Organización que mediante un programa televisivo recibe donaciones para
beneficencia. La Barrick el año pasado estuvo en el segundo lugar del
ranking de donaciones.
(7) Iniciativa católica para la construcción de viviendas. Esto problematizó
la posición de los clérigos del valle, abiertamente opuestos al
emplazamiento minero.
(8) Institución presidida por Benito Baranda. Hace trabajo social voluntario
en distintos países del continente.
http://www.ecoportal.net/content/view/full/87971/
--
Sergio Ulhoa Dani
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quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Quem quer veneno?
Quando se trata da morte ou desgraça alheia, cegos, surdos, incompetentes ou bem abastecidos acham que está tudo certo
Por Sergio Ulhoa Dani
Para a FIEMG-Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais e a
SEDE-Secretaria de Desenvolvimento Social do governo Aécio Neves, algumas
centenas de milhões de investimento de uma transnacional canadense
compensarão plenamente as dezenas de bilhões de perdas econômicas e milhares
de vidas de cidadãos brasileiros.
Em troca da destruição e da contaminação do solo e da água com um milhão de
toneladas de arsênio, o governo de Aécio Neves informa que a transnacional
canadense Kinross Gold Corporation vai dar roupas e instrumentos musiciais
para os negros quilombolas que estão sendo expulsos de suas terras a fim de
abrir terreno para uma gigantesca barragem de rejeitos tóxicos da mineração
de ouro em Paracatu. Quem sabe assim os quilombolas vão poder cantar e
dançar, felizes e vestidos, até o último cair morto na terra apodrecida?
Relatório conjundo FIEMG-SEDE revela a total negligência, incúria,
incompetência e erro de um punhado de burocratas bem abastecidos que se
julgam no direito e na capacidade de emitir pareceres sobre assuntos que
afetam a vida e a morte de milhares de pessoas, para atender aos interesses
de uma transnacional canadense criminosa.
Segundo os "especialistas" da FIEMG e da SEDE, os rejeitos que a Kinross
pretende despejar no Vale do Machadinho, a verdadeira caixa d'água da cidade
de Paracatu, "não são perigosos". Eles sequer mencionam a palavra "arsênio"
no seu relatório simplório. É como tapar o sol com a peneira.
A mina de ouro em processo de expansão e licenciamento em Paracatu é a maior
do Brasil, a que tem os menores teores de ouro e as maiores taxas de
liberação de rejeitos tóxicos do mundo. Estima-se que serão 1 bilhão de
toneladas de rejeitos contendo 1 milhão de toneladas de arsênio, veneno
suficiente para matar dez vezes a população humana atual do planeta Terra.
Os "especialistas" e os "mágicos" a serviço de Aécio Neves e da Kinross,
talvez zelosos no cumprimento dos seus papéis de capatazes ou carrascos,
fizeram desaparecer o problema, como se ele não existisse.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, Eike Batista, antigo proprietário da mina
de Paracatu, ouve a declaração emocionada de amor do filho mais velho,
durante a cerimônia de entrega da Medalha Santos Dumont ao seu pai-herói.
Para Thor Batista, seu pai Eike "é um ídolo e uma referência do que é
certo". Se ele se refere ao fato de Eike ter passado o mico da mina de
Paracatu adiante para a Kinross, ele provavelmente acha que está tudo certo.
Afinal, quem vai querer um milhão de toneladas de arsênio?
------------------
P.S.: Envio, anexos, os pareceres do MP e da FIEMG-SEDE sobre o "relatório
único" da SUPRAMNOR, que abre caminho para o licenciamento de uma mega
barragem de rejeitos tóxicos da RPM/Kinross Gold Corporation em Paracatu-MG.
Será que a comunidade vai comparecer à reunião do COPAM na sexta-feira
próxima, dia 21 de agosto, mês de cachorro-louco? Seria muito importante.
Será que a terra vai apodrecer com o parecer da FIEMG-SEDE, ou teremos
desfecho melhor com o parecer do MP?
--
Sergio Ulhoa Dani
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sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Banda punk denuncia genocídio em Paracatu, Brazil
Veja o vídeo e cante junto (vídeo e letra ao final)
Por Sergio Ulhoa Dani
A banda "Murro no Olho", de Brasília-DF, liderada pelo jornalista Sandro
Neiva, lançou hoje o clip "Ouro de Sangue", no YouTube. O clip intercala
imagens da banda com imagens da poluição das águas, do ar e dos solos
provocada pela mineradora transnacional canadense, RPM/Kinross Gold
Corporation na cidade de Paracatu.
Paracatu está localizada no noroeste do estado de Minas Gerais, Brazil, e
possui 90 mil habitantes. Estima-se que o nível de arsênio liberado pelas
atividades da mineradora Kinross dentro da cidade já esteja 10 vezes acima
dos níveis de exposição considerados toleráveis pela Organização Mundial da
Saúde. O arsênio é considerado "o rei dos venenos". Um grama é suficiente
para matar até 10 pessoas adultas. A exposição a doses bem menores, ao longo
dos anos, causa câncer e outras doenças.
Imagens de rejeitos tóxicos da mineradora que se transformam em sangue se
intercalam com imagens dos vigilantes da mineradora que já mandou assassinar
garimpeiros com armas de fogo e a imagem do descaso, negligência e
cumplicidade das autoridades, representadas pelo ex-prefeito e atual
Deputado Estadual, Sr. Almir Paraca, que afirma que "não depende dele"
evitar a matança de seu próprio povo.
Assista aqui:
Cante aqui
Por Sergio Ulhoa Dani
A banda "Murro no Olho", de Brasília-DF, liderada pelo jornalista Sandro
Neiva, lançou hoje o clip "Ouro de Sangue", no YouTube. O clip intercala
imagens da banda com imagens da poluição das águas, do ar e dos solos
provocada pela mineradora transnacional canadense, RPM/Kinross Gold
Corporation na cidade de Paracatu.
Paracatu está localizada no noroeste do estado de Minas Gerais, Brazil, e
possui 90 mil habitantes. Estima-se que o nível de arsênio liberado pelas
atividades da mineradora Kinross dentro da cidade já esteja 10 vezes acima
dos níveis de exposição considerados toleráveis pela Organização Mundial da
Saúde. O arsênio é considerado "o rei dos venenos". Um grama é suficiente
para matar até 10 pessoas adultas. A exposição a doses bem menores, ao longo
dos anos, causa câncer e outras doenças.
Imagens de rejeitos tóxicos da mineradora que se transformam em sangue se
intercalam com imagens dos vigilantes da mineradora que já mandou assassinar
garimpeiros com armas de fogo e a imagem do descaso, negligência e
cumplicidade das autoridades, representadas pelo ex-prefeito e atual
Deputado Estadual, Sr. Almir Paraca, que afirma que "não depende dele"
evitar a matança de seu próprio povo.
Assista aqui:
Cante aqui
A POLUIÇÃO QUE ESTÁ NOS MATANDO
VEM DA MONTANHA, DO MORRO MORTO
CRIANÇAS QUE NASCEM COM FORMAS DE PORCOS
PORCOS MUTANTES COM FORMAS DE GENTE
O CÉU ESCURECEU
O CÉU ESCURECEU
E A TERRA APODRECEU!
EMPRESA PRIVADA QUE VEM DE LONGE
LEVAR O OURO DAS MINAS GERAIS
ARSÊNIO NO VENTO, CIANETO NA TERRA
DEFORMAM HUMANOS E MATAM ANIMAIS
O CÉU ESCURECEU
O CÉU ESCURECEU
E A TERRA APODRECEU!
MUTAÇÃO GENÉTICA NO VALE DA MORTE
CORROMPE A IMPRENSA, PARACATU CAOS
OURO DE SANGUE DA EMPRESA MALDITA
CORROMPE A JUSTIÇA, PARACATU CAOS
O CÉU ESCURECEU
O CÉU ESCURECEU
E A TERRA APODRECEU!
Mais informações sobre o genocídio de Paracatu em
www.alertaparacatu.blogspot.com
Veja a repercusssão de Ouro de Sangue em:
http://www.osubversivozine.com/cinema/documentario-“ouro-de-sangue”
--
Sergio Ulhoa Dani
Tel. 00(XX)49 15-226-453-423
srgdani@gmail.com
www.alertaparacatu.blogspot.com
Veja a repercusssão de Ouro de Sangue em:
http://www.osubversivozine.com/cinema/documentario-“ouro-de-sangue”
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Sergio Ulhoa Dani
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