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quarta-feira, 1 de abril de 2009

O povo aumenta mas não inventa.

Corre à boca miúda que a RPM/Kinross está ameaçando mudar-se de Paracatu.

O povo aumenta mas não inventa.

por Serrano Neves, em 1º de abril de 2009, mas não é mentira.

A ameaça é de afetar a economia da cidade com a retirada dos recursos que direta ou indiretamente faz circular.

A contribuição da mineradora para os cofres municipais é de aproximadamente dois porcento da arrecadação e os demais ingressos na economia local não representam que sem a mineradora o povo de Paracatu vá empobrecer.

O fechamento da mineradora em Paracatu poderá produzir um choque imediato, choque esse que será economicamente muito menor do que um fechamento dentro de 30 anos.

A RPM/Kinross não é a mãe dos paracatuenses, mas quer fazer o papel de mãe.

Enquanto suas tetas aleitam a economia como o generoso leite do dinheiro, chegando a ofender a população, seu traseiro defeca poluição que degrada o meio-meio ambiente.

Enquanto "mamãe" se alimenta de ouro e, com boa saúde, distribui o "leitinho", suas fezes minerárias avançam sobre a saúde do meio-ambiente e do povo.

A saúde ambiental não é um bem disponível pelo povo, ou seja, a população de Paracatu não tem o direito de escolher o padecimento de sua saúde em troca do "leitinho", dai que nenhum plebiscito sobre a permanência da mineradora livrará as autoridades e os cidadãos conscientes de lutarem por uma postura ambientalmente correta que considere a saúde do povo como prioridade primeira.

Alguns poderão optar por deixar seus filhos adoecerem e até morrerem para garantirem o "leite".

Alguns poderão se ajoelhar diante do "manda quem pode e obedece quem tem juizo".

Alguns poderão defender o direito da mineradora fazer de Paracatu e das águas de Paracatu a latrina para seus rejeitos.

Mas existe em Paracatu um número expressivo de cidadãos que tem vergonha na cara e não aceita que a RPM/Kinross defeque suas ameaças sobre a população.

Esta é a resposta aos boatos, cumprindo agora que a direção da RPM/Kinross venha a público demonstrar que não pratica a fuxicaria de esquina nem a boquirrotice, ou aceite que a porta da rua é serventia da casa.

www.kinrossusa.com/investors/presentations/pdf/060112-paracatu-overview.pdf 

12 comentários:

  1. Digamos que esta abordagem não seria exatamente o que os nossos vizinhos do N esperariam - gente que lê o Financial Times , degusta um legitimo Petrus ao som de Mahler. Tão requintados e o Dr Serrano aqui lembrando que eles defecam suas sujeiras nas águas limpas e no ar de MG.
    Cylene

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  2. Pensamentos profundos e conselhos úteis neste momento, sempre no melhor estilo do nosso guru, o grande Omar Moteiro, da Universidade do Azinabrão:

    (1) Não adianta chorar pelo leitinho, depois de desmamado.
    (2) Passarinho que come pedra, sabe o que oculta.
    (3) Quem tem CNPJ, tem medo.

    Sergio Dani, numa homenagem ao nosso Serrano Neves, criador do impagável Omar Moteiro.

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  3. Caro amigo Serrano Neves,

    meus parabéns pela pronta resposta aos exploradores/fuxiqueiros à serviço da RPM. Começam a temer, é? Bom que fiquem mesmo sabendo que a vida dos paracatuenses valem mais que os 2% que injetam na economia local. Diga a eles por mim:

    Vá cagá no Canadá, SÔ!

    Adriles

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  4. Uma curiosidade: Onde mora o Dr. Serrano Neves? E onde moram os familiares do sr Sérgio Ulhoa Dani?
    O primeiro tem cargo público de grande monta e vive longe dessas terras. O segundo, tem a familia residindo na Alemanha e para lá deverá partir tão logo tenha sua empreitada aqui consolidada. Tem por lá emprego garantido.
    A esses pouco interessa se são 2 ou 20 ou 50% a contribuição da RPM para os cofres do município.
    Ora, como diria pelas bandas de cá: "Bom mesmo é fazer cortesia com chapeu alheio". E fazer bravatas então! Afinal eles tem seus empregos a salvo e não precisam do "leitinho" dessas plagas.
    Oxalá também não precisemos!

    Florêncio

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  5. Sim Florêncio, temos empregos tão salvos que podemos dedicar algum tempo (vou a Paracatu todos os meses) para defender uma causa coletiva. Moro em Goiânia, onde sou Procurador de Justiça do Ministério Público. Meu pai, Geraldo Serrano Neves foi promotor de justiça em Paracatu e está enterrado ai - a terra que ele amou - como seu último desejo. Passei minha infância em Paracatu e bebi muita água limpa do Córrego Rico. Estou retribuindo a Paracatu lembrarem de papai 48 anos depois de sua morte, declamando "Balanço" e me abraçando quando ficam sabendo quem eu sou. Paracatu não merece a ruína imposta pela mineração e seu povo não merece esse "leitinho" envenenado pela ganância dos estrangeiros que estão levando o ouro para suas terras, e o pior: ajudados por brasileiros. Não fazemos bravatas, apenas lidamos com informação de qualidade, fruto de dezenas de anos de escola e estudo. Interessa sim, que consciências estejam sendo vendidas por 2%, 20 ou 50%, como falou Irineu: Diga para o faraó, seu patrão, lá no Canadá, que Paracatu tem homem que não aceita essas diretrizes. Somos nós.

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  6. Florêncio,

    não sei se você, como eu, possui filhos, ou irmãos, ou amigos, ou se conheceu seus pais e avós, ou já adotou um pedaço do planeta terra, como se fosse sua própria casa. Se os tiver, e os amar, certamente se importará com o futuro deles, e se espelhará no passado e na vida dos seus antepassados, como fonte de inspiração e sentimento de responsabilidade. Nesses casos, não se pode falar em "bravatas", e sim em declarações de guerra, quando vem a ameaça e o ultraje. Isso é o sentimento da pátria, da defesa instintiva do lugar onde se vive e se mora, e da sua grande família. A minha também está enterrada em Paracatu, e seu nome imortalizado em ruas, praças e escolas. Seu espírito habita uma reserva e continua vivo na gratidão e no reconhecimento do nosso povo. Não haja mais garantias do que estas.

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  7. quero saber de todos voces o sergio dani e voce s onde vao gerar mais de dois mil empregos para pais de familia em paracatu voces ja tem os seus garantidos e nos a violencia em paracatu vai aumentar a criminalidade voces tem que tomar vergonha na cara em dizer que quer o bem para paracatu com isto hoje o que mais mata em paracatu e a fragilidade do hospital publico e a violencia e voces nao fazem nada para melhorar isto voce sergio dani e voces vereadores so querem ficar sentados sem fazer nada e ganhando o dinheiro que nao merecem salve a rpm e aos nossos empregos

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  8. Prezado Anônimo, você tem o direito de trocar sua saúde e a de seus familiares por emprego, mas não pode falar por todos. É possível que você goste de viver das "faíscas" enquanto a RPM leva o ouro para o Canadá, mas os outros também tem o direito de escolher.
    Serrano Neves

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  9. Muito altruísta e nobre o gesto de ambos, mas queiram me dar licença de lembra-los que a mesma escola que os ensinou também ensina a outras pessoas que, dedicadas como vocês, discordam da maneira como vem tratando a ciência e o conhecimento, reduzindo-os, descaracterizando informações, criando fatos e respostas prontas em prol de uma causa que julgam ter apenas um lado: o que vocês enxergam. Pelo mesmo espírito de nobreza de seus antepassados, conclamo-os a não praticarem a política da desinformação, tão comum às doutrinas totalitárias, gerando o caos na sociedade e a descrença nas instituições em prol apenas de ideiais pessoais.
    Seria muito nobre de vossas partes.

    Florêncio.

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  10. Prezado Florêncio, por favor, aponte as informações descaracterizadas e as corrigiremos. O outro lado tem tanto espaço para se manifestar quanto você o tem feito, pois o blog é aberto para comentários. O totalitarismo não lida com informações abertas como nós lidamos e nem aceita o debate como aceitamos. O problema é de competência: que venham os competentes debater conosco, é o que sempre quisemos.
    Serrano Neves

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  11. Prezado Serrano.
    Creio que não seja um problema de competência, visto que nossa comunidade possui e sempre possuiu excelentes profissionais.
    Desculpe-me, mas acredito tratar-se de um problema de soberba. É infrutífero alimentar qualquer debate quando somente se acredita existir uma só razão: a própria.
    Florencio.

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  12. Prezado Florêncio, contestamos a competência da mineradora no trato das questões sócio-ambientais. A comunidade de Paracatu sempre mereceu nosso respeito. Existindo várias razões para a escolha é natural que cada um defenda a sua. No caso, nos defendemos mais 300 anos de saúde e outros defendem 30 possíveis anos de emprego ou ganhos com a atividade minerária.
    A Kinross deveria ter competência no Brasil, já que ela mostra ter competência para estabelecer um modelo de mina nos EEUU. O que há ? Será que eles acham que os brasileiros são piores que o americanos e não merecem uma mineração limpa ?
    Serrano Neves

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