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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Mineração de metais: o genocídio do futuro

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Miércoles, 30 de Enero de 2008 / 10:10 h (Trad. para o português por Serrano Neves)

Mineração de metais: o genocídio do futuro

A mineração de metais nos matará de sede ou de fome, ainda que agora nos ofereça empregos, dinheiro e desenvolvimento.

Este é o início do pronunciamento público das centenas de jovens e crianças que protestaram contra os projetos de exploração mineral, em 13 de dezembro do ano passado, em San Isidro, Cabanas.

“Por muito verde que a pintem, sua cor é tão negra como a morte”, continua o comunicado que os jovens em protesto distribuíram como boletim de imprensa no merca, na entrada da igreja e demais locais da zona urbana do município, cujo prefeito é ativista da empresa mineradora Pacific Rim.

A advertência destes jovens e crianças não é exagero.
Ao contrário, mostra da forma mais realista os danos que a extração de metais causa à saúde da população.

Para demonstrar, os manifestantes assinalaram que os projetos de mineração poderiam acabar por contaminar a água das comunidades do norte do país, os prejuízos que isto provocaria na saúde da população e danos nas atividades produtivas.

Os dois argumentos – os prejuízos que a exploração mineral causaria à água e a incompatibilidade destes projetos com o desenvolvimento do país – foram mostrados em nossos artigos anteriores.

Agora retomamos a ameaça à vida da população, vista desde o impacto negativo na saúde humana provocado pelos químicos tóxicos utilizados no processo de separação do outro e pela incorporação de metais pesados ao corpo das pessoas.

Entre estes venenos usados para lixiviar metais destacam-se o cianeto, arsênico, mercúrio e outros que – apesar de estarem proibidos na maioria dos países com mineração – Pacific Rim pretende usa-los nos seus projetos de exploração.

O cianeto está proibido nos Estados Unidos e Canadá, mas esta empresa usará duas toneladas diárias, somente na mina El Dorado de San Isidro, em Cabanas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a exposição a níveis altos de cianeto por períodos breves produz danos no cérebro e no corapção, estado de coma e morte; e a exposição a níveis baixos por vários anos produz dificuldade para respirar, dor no peito, vômitos, mudanças no sague, dor de cabeça, aumento da glândula tiróide e outras enfermidades que conduzem finalmente à morte.

Portanto, as 7.300 toneladas de cianeto que seriam usadas em El Dorado e as 211.700 toneladas usadas nos 29 projetos de mineração na zona norte são uma verdadeira ameaça: a causa de um genocídio.

O arsênico produz lesões na pele, transtornos respiratórios e câncer de pele, gástrico, dos pulmões e outros.

A OMS assinala que este veneno constitue um grave risco para a saúde humana, em particular quando a população está exposta a várias fontes contaminadas – por exemplo: emissões aéreas, água de abastecimento e presença nas hortaliças.

Investigações dos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente confirma que no nosso país já existe contaminação natural de arsênico nos lagos de Coatepeque e Ilopango, fontes termais e outros lugares.

O arsênico da drenagem ácida da mineração causará estes danos.

O mercúrio é um tóxico que causa danos aos sistemas nervoso, gastro intestinal e renal; produz tremores, perda de equilíbrio corporal, cegueira parcial, abortos e mal formação congênita.

Um estudo realizado pelo Instituto de Ciências da Terra da Universidade de El Salvador demonstra que vários rios da zona oriental do país tem altas concentrações de mercúrio devido a contaminação causada pelas minas que existiram nos anos cincoenta, sessenta e setenta no norte de La Unión, Morazán e San Miguel.

A água deste rios – de cor amarelada ou esverdeada – já não é útil para nenhuma atividade humana.

O mercúrio e outros tóxicos como o antimônio, cádmio, cromo, chumbo, selênio e tálio são produzidos pelos matérias contamnantes que saem das minas e se incorporam na água, no ar e no solo.

Quase todos são bioacumuláveis, quer dizer, se incorporam ao corpo humano através dos alimentos – frutas, verduras e carne – que os adquirem por meio da água, do solo ou do ar.

Já no corpo humano provocam aumento do colesterol no sangue, diminuição do aç~ucar e náuseas (antimônio); lesões renais, câncer do pulmão e osteoporose (cádmio); câncer de rins, danos ao fígado e problemas no tecido fino nervosos (cromo).

O chumbo produz retardo físico e mental nas crianpças, falta de concentração e incapacidade de aprendizagem; e nos adultos provoca tanstornos renais, do sistema nervoso e hipertensão. O selênio causa queda de cabelo, problemas circulatórios, fadiga, irritabilidade nervosa, danos no tecido fino dos rins e do sistema nervoso.

O tálio provoca queda de cabelo, alteração do sangue, transtornos renais, intestinais e hepáticos. Na drenagem ácida da mineração metálica proliferam estes metais pesados e nós sofreremos seus danos se os projetos de mineração da Pacific Rim e de outras empresas estrangeiras forem permitidos.

*Equipo de comunicaciones de la Mesa Nacional frente a la Minería Metálica.

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