6. Qualidade e padrão de vida da população vizinha das áreas de lavra. Os prejuízos sofridos pelos moradores das áreas diretamente afetadas pela mineração incluem desvio de estradas e acessos antigos, emissão de poeira e ruídos, redução e poluição das águas superficiais e subterrâneas, sofrimento e estresse psicológico, constrangimento moral, desestruturação da comunidade, perda de bens de alto valor sentimental, cultural e econômico e abandono dos membros da comunidade à própria sorte. As comunidades que secularmente retiravam parte expressiva de sua renda do garimpo de ouro foram privadas dessa fonte de riqueza. São constantes as reclamações por parte da população vizinha das áreas de lavra, como os habitantes do povoado da Lagoa de Santo Antônio e Santa Rita. À noite, queixam-se da dificuldade de dormir, por conta da poluição sonora causada pelas máquinas; durante o dia, queixam-se da poluição atmosférica com a poeira levantada da lavra a céu aberto, seja pela movimentação das máquinas, seja pelos ventos. A visão do aterro da barragem impõe sofrimento psicológico às pessoas e às famílias que residem ali secularmente. Este sofrimento não pode ser amenizado simplesmente pelas garantias técnicas verbalizadas pela RPM. Esta dimensão de sofrimento psicológico humano ainda não foi devidamente reconhecida e remediada pela empresa. Vários boletins de ocorrência foram registrados junto ao destacamento da PM de Paracatu, tendo como infratora a RPM. Várias ações foram propostas na Comarca de Paracatu tendo como ré a RPM. Muitas outras ações deixaram de ser propostas, em função da pobreza e desamparo da população atingida. Certa ocasião, houve bloqueio do trânsito das máquinas da RPM em uma estrada de acesso à mina que atravessa o povoado da Lagoa de Santo Antônio. Este bloqueio só foi suspenso depois que a RPM enviou caminhões-pipa para molhar a estrada. Esta situação contribui para acirrar os ânimos da população contra a empresa, potencializando as tensões, os conflitos e o sofrimento. Medidas: medidas paliativas, como o asfaltamento das ruas dos povoados situados nas áreas de risco de desastre, são ineficientes no longo prazo. Vide sugestão do item 1.
Continua em RELATÓRIO PARTE 8
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