“Los efectos de la minería son peores que los 2 virus juntos”
17-01-10 Por Nuevo Diario
http://www.ecoportal.net/content/view/full/90653
El doctor Guillermo Tarchini, del Foro Ambientalista local, aseguró que la contaminación de la cuenca Salí-Dulce que provoca esa actividad, “en 10 ó 15 años hará efecto en la salud de los santiagueños, y será peor que la epidemia de dengue y gripe A”. Expresó que las enfermedades contraídas por los metales pesados no se manifiestan inmediatamente y la gente no está informada al respecto.
Para el profesional, los efectos de La Alumbrera serán graves, y se sumarán los de Agua Rica.
“La minería metalífera a cielo abierto es más grave que el dengue y la gripe porcina juntos para el pueblo santiagueño”, precisó el doctor Guillermo Tarchini, integrante del Foro Ambientalista de Santiago del Estero. En ese sentido especificó que “es una espada de Damocles que pende sobre la cabeza de los santiagueños”, lo cual indicó que está comprobado desde la medicina toxicológica.
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Efeitos da exposição crônica ao arsênio sobre a saúde: revisão da literatura e perspectivas para o futuro
19 de janeiro de 2008
Ao concluir seu projeto de mineração em Paracatu, a RPM/Kinross poderá ter envenenado a atual e as futuras gerações de paracatuenses, comprometendo as possibilidades de desenvolvimento e sustentabilidade da cidade.
Sergio Ulhoa Dani – Doutor em Medicina pela MHH (Alemanha), Doutor em Ciências pela UFMG e livre-docente em genética pela USP
Resumo: O arsênio e seus compostos são altamente tóxicos quando inalados, ingeridos ou absorvidos. As doenças ligadas ao envenenamento crônico por arsênio incluem desde lesões de pele até diabetes, insuficiência renal e câncer, entre outras. Em todo o mundo, mudanças regulatórias estão em curso, em reconhecimento à percepção de que o arsênio pode causar efeitos deletérios em concentrações muito mais baixas do que se pensava há pouco tempo. O standard atual de 10 ppb talvez seja o primeiro no qual a EPA explicitamente comparou os custos e benefícios e usou o valor de US$ 6,1 milhões (seis milhões e cem mil dólares) por vida calculada salva. Um estudo demonstrou um aumento de mais de 10 x (dez vezes) no risco de câncer em uma população exposta aos solos e águas contaminados por arsênio, nas vizinhanças de uma mina abandonada de ouro e prata. A contaminação ambiental pelo arsênio da mineração a céu aberto pode ocorrer de várias formas. O arsênio pode ser liberado próximo à superfície das áreas lavradas e dos rejeitos de mineração, carregado pela poeira a grandes distâncias e depois lavado para a profundidade. A poeira tóxica que se forma na área desnuda da lavra e os elementos solubilizados dos rejeitos, ao atingem povoados e cursos d'água, impactam negativamente áreas localizadas a centenas de quilômetros da mineração. A oxidação da pirita é fonte certa de arsênio, mas existe evidência experimental de que a liberação anaeróbia a partir de oxihidróxidos de ferro também ocorre nas profundidades do aquífero. Em razão dos baixos valores de pH na mina de ouro de Paracatu, elementos tóxicos, incluindo alumínio, manganês, cobre, arsênio, chumbo, mercúrio e cádmio, presentes no meio, são solubilizados e mobilizados na poeira e nas águas de drenagem, podendo ser absorvidos em níveis tóxicos pelos seres vivos, inclusive as plantas e o ser humano, e incorporados na cadeia alimentar. A flora e a fauna assimilam compostos de arsênio com facilidade, pois este elemento substitui o nitrogênio e o fósforo em algumas vias metabólicas. Quando existe suspeita de contaminação ambiental mais extensa, por exemplo, por meio da poeira transportada para regiões povoadas ou contaminação do lençol freático, deve-se conduzir estudos epidemiológicos visando detectar intoxicação crônica sub-clínica na população em geral, especialmente nos bairros e povoados mais próximos à fonte de contaminação. Uma grande porcentagem da população (30-40%) exposta ao arsênio pode ter níveis elevados de arsênio na urina, cabelo e unhas, mesmo sem mostrar sintomas clínicos aparentes, como lesões de pele. Por isso é muito importante conduzir testes clínicos da exposição ao arsênio na população sob risco. A detecção precoce de lesão renal nessas populações expostas é necessária para que medidas preventivas possam ser tomadas no sentido de evitar a progressão da doença para um estágio irreversível. A mina a céu aberto gera passivos sócio-ambientais gigantescos, e transfere o problema e o risco de envenenamento para as gerações futuras. A área lavrada a céu aberto funciona como uma verdadeira fábrica de poeira tóxica, que é levada pelos ventos diuturnamente, para a cidade de Paracatu e uma ampla zona rural adjacente. O futuro dependerá do que nós fizermos hoje para impedir o inevitável.
A Universidade de Harvard mantém um sítio sobre os efeitos maléficos à saúde causados pela exposição crônica ao arsênio, cujo conteúdo será compilado, de forma resumida, a seguir, juntamente com material de outras fontes:
http://www.physics.harvard.edu/~wilson/arsenic/arsenic_project_introduction.html
http://www.physics.harvard.edu/~wilson/arsenic/arsenic_project_introduction.html
Arsênio é um elemento químico encontrado em muitos tipos de rochas, especialmente nos minérios que contêm cobre, chumbo, prata e ouro. Quando esses minérios são triturados para extrair aqueles metais valiosos, a maior parte do arsênio é coletada para a produção de pesticida.
Como no caso da radiação, todos nós somos expostos a baixos níveis de arsênio (especialmente arsênio inorgânico) porque níveis muito baixos deste elemento estão sempre presentes no solo, água, alimentos e ar. Uma pessoa ingere em média cerca de 8 microgramas (8 milésimos de um grama) na comida, diariamente.
Entretanto, níveis elevados de arsênio no corpo, como acontece nos casos de intoxicação ou envenenamento, causam sérios danos à saúde humana.
Os efeitos do envenenamento leve a partir da inalação de arsênio ou seus compostos incluem perda do apetite, náusea, e diarréia. Efeitos da exposição mais intensa ao arsênio incluem: (1) sensação de “pinicação” nas palmas das mãos, ou câimbras nos músculos da panturrilha; (2) calor e irritação na garganta e estômago, um odor de alho no hálito e na respiração, ou um gosto metálico na boca; (3) vômitos, aumento da freqüência das evacuações, com fezes muito soltas; (4) efeitos neurológicos, incluindo irritabilidade, inquietação, dores de cabeça crônicas, apatia, fraqueza, tontura, delírio, sonolência, convulsões ou coma.
O envenenamento crônico por arsênio causa numerosos problemas de saúde no corpo humano. Os sintomas mais comuns do envenenamento por arsênio são lesões de pele visíveis, do tipo hiper-pigmentação (melanose ou escurecimento), hiperceratose das palmas das mãos e solas dos pés (ceratose: pele rugosa, engrossada, endurecida e com protuberâncias), problemas respiratórios, problemas nos olhos, doença cardiovascular, como hipertensão e doença do pé preto, diabetes, neuropatia periférica e efeitos reprodutivos adversos que incluem aborto espontâneo, nascimento de prematuros e morte neonatal. Medidas de QI verbal e a memória de longo prazo também podem ser afetadas, e o arsênio pode suprimir a regulação hormonal e a transcrição gênica mediada por hormônio.
Os efeitos mais fatais são gangrena, insuficiência renal e insuficiência hepática e câncer de órgãos internos, particularmente câncer de bexiga e de pulmão. Como o arsênio interfere com o metabolismo de energia do corpo, os pacientes arsenicosos invariavelmente sofrem de fraqueza generalizada.
Os efeitos mais sérios do arsênio, como câncer e diabetes, requerem exposições longas e contínuas, talvez de 20 anos ou mais, para se manifestar.
Sinais de exposição de longo prazo ao arsênio incluem: (1) desenvolvimento de marcas brancas nas unhas; (2) escurecimento da pele, lesões de pele, rash cutâneo (manchas salientes na pele) e o aparecimento de pequenas feridas nas palmas, solas e dorso, e de manchas que lembram “pingos de chuva em uma estrada empoeirada”.
Além da doença física, a presença de lesões de pele visíveis nos pacientes arsenicosos lança-os em numerosos problemas sociais. Este problemas sociais incluem a dissolução do casamento ou dificuldade para casar, particularmente no caso das mulheres, a interrupção dos cursos escolares, a demissão dos empregos, a segregação pela comunidade que considera erroneamente que a doença é contagiosa ou familiar.
Os efeitos crônicos da exposição prolongada a baixos níveis de arsênio foram recentemente estabelecidos. Pigmentação da pele, ceratoses e câncer de pele foram reportados por Tseng, em 1966, em Taiwan, entre pessoas que beberam água de poços contaminados (embora nenhum efeito tenha sido observado abaixo de 150 partes por bilhão – ppb, o que deve ser o limiar biológico) e uma incidência muito alta de câncer de pulmão, bexiga e outros cânceres foi encontrada, em Taiwan, pelo Dr. Chien-Jen Chen, em 1986, e pelo Dr. Allan Smith e colaboradores, no Chile, em 1993 (Dr. Allan Smith, University of California, Berkeley ~ School of Public Health ~ 140 Warren Hall MC7360 ~ Berkeley, CA 94720-7360; Telephone: 510/843-1736 ~ Facsimile: 510/843-5539 ~ E-mail: asrg@berkeley.edu. ).
Estes achados levaram a Organização Mundial para a Saúde (WHO) a recomendar o abaixamento do nível regulatório de arsênio na água de 50 ppb para 10 ppb. O Canadá, país de origem da empresa Kinross, proprietária da RPM, está contemplando um decréscimo ainda maior, para 5 microg/L (i.e., 5 ppb). A razão para estas mudanças regulatórias é a percepção de que o arsênio pode causar efeitos deletérios em concentrações muito mais baixas do que se pensava anteriormente.
A EPA não descarta uma dose-resposta linear nem mesmo nas doses mais baixas. É praticamente impossível reduzir o conteúdo de arsênio na água potável para um nível de risco de um em um milhão para a duração de uma vida, calculado a partir de uma relação dose-resposta, um nível de risco e um procedimento de cálculo frequentemente usado pela EPA. O standard atual de 10 ppb talvez seja o primeiro no qual a EPA explicitamente comparou os custos e benefícios e usou o valor de US$ 6,1 milhões (seis milhões e cem mil dólares) por vida calculada salva.
A dose letal média do arsênio é de 0,07 g/kg, sendo praticamente todos os compostos de arsênio tóxicos para o ser humano, uns mais do que outros. Além de tóxico, o arsênio é bioacumulativo, à semelhança de outros elementos. Isso significa que estamos sempre somando arsênio no organismo.
http://www.sos-arsenic.net/english/source/index.html#sec1.1
Uma idéia mais antiga era a de que a água estava sendo drenada a partir do aqüífero, permitindo a oxidação da pirita. Um artigo científico que descreve a contaminação de arsênio em Perth, Australia, mostra que existe um lugar em Perth onde a oxidação da pirita era claramente a fonte de arsênio (embora exista evidência que a liberação anaeróbia a partir de oxihidróxidos de ferro também ocorre nas profundidades do aquífero).
http://www.unizh.ch/%7Emicroeco/uni/kurs/mikoek/results/project2/arsen.html
http://www.physics.harvard.edu/~wilson/arsenic/references/selected_social_papers.pdf
Soluções possíveis para os problemas
No sudeste da Ásia, e em Bangladesh em particular, duas facetas de uma solução parecem ter alcançado consenso:
(1) Não existe uma solução única para todos os lugares e comunidades. É vital envolver a comunidade local na decisão e mais importante ainda no follow up e manutenção;
(1) Não existe uma solução única para todos os lugares e comunidades. É vital envolver a comunidade local na decisão e mais importante ainda no follow up e manutenção;